A irritação dos trabalhadores do setor gastronômico na região segue após o sistema bifásico estipulado pelo Governo do Estado para o setor não essencial. Nesta terça-feira (26/01) carreatas aconteceram em Santo André e São Caetano contra as medidas. Ao RDtv o presidente do Sintshogastro (Sindicato dos Trabalhadores de Hotéis, Bares e Restaurantes de Santo André, São Caetano, Mauá e Ribeirão Pires), Fábio Santana, afirmou que em quase um ano de pandemia 50% das vagas de emprego foram perdidas com a queda do atendimento e a falta de valores que não podem ser compensados pelo sistema delivery.
O percentual apresentado por Fábio corresponde aos 9 mil associados nas quatro cidades representadas pela entidade sindical. Apesar do relato de que os restaurantes maiores conseguiram alguma manutenção de seus contratados, a maioria dos estabelecimentos acabou sofrendo com o que chama de “pandemia do desemprego”.
“Estamos muito preocupados com o que ocorre com o nosso setor. A todo o momento quando ocorre uma mudança de fase (no Plano São Paulo) a primeira coisa que fecha é o setor de gastronomia. Nós sabemos de todo o trabalho que é feito pelos trabalhadores e pelos estabelecimentos para garantir segurança para todos, mas estamos sofrendo. Sabemos da situação da pandemia (do covid-19), mas está acontecendo uma outra pandemia em relação ao desemprego”, explicou.
Em Santo André, a carreata foi até o Paço Municipal e em São Caetano chegou na porta da Câmara. Mas a principal manifestação ocorrerá a partir do vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo), nesta quarta-feira (27/01). A ideia é chamar a atenção do Governo do Estado para reverter o atual plano de flexibilização.
Atualmente o atendimento em bares e restaurantes só pode ser feito até às 20h, de segunda a sexta. A partir deste horário, e por todo o final de semana e feriados, todos os estabelecimentos devem ficar fechados, apesar da permissão do atendimento do sistema de entregas, algo que não compensa os valores perdidos por alguns dos trabalhadores do setor.
“Os garçons dependem também da taxa de atendimento e isso não existe na entrega em casa. Todos ficaram sem o auxílio emergencial e isso dificulta a vida de todos. O que estamos querendo é dignidade, algo que está em nossa Constituição Federal. Todos estão na busca de sua sobrevivência”, seguiu Fábio.
A categoria que o retorno das regras anteriores que permitiam o atendimento até às 22h com o limite entre 40% e 60% dos clientes, com todos utilizando máscara, claro com a exceção dos momentos em que estão comendo e bebendo. Para o Governo do Estado existe um problema em relação ao tempo em que os clientes ficam sem a proteção devida nestes estabelecimentos. Do outro lado, os setores não entendem a falta de fiscalização em relação as festas clandestinas e os pancadões, além do que já ocorre no transporte público, algo de preocupação dos sindicatos.