ABC - quinta-feira , 30 de maio de 2024

Mulher é condenada à prisão domiciliar por matar namorado há 2 anos em SCS

Francisco Isaias da Costa, Agatha Raianne da Silva e Rafael Felipe Dias no Fórum de São Caetano. (Foto: Divulgação)

O Tribunal do Júri do Fórum de São Caetano condenou, nesta quinta-feira (04/03), Agatha Raianne da Silva, de 21 anos, a quatro anos de prisão a serem cumpridos em regime aberto, ou seja, prisão domiciliar, pela morte do namorado Francisco Augusto de Lima, de 27.

A defesa, que tentava inicialmente a absolvição, acabou conseguindo provar a tese de homicídio privilegiado, aquele em que o autor acaba cometendo o crime sob forte emoção e ao se defender de agressões físicas ou verbais do autor.

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O crime aconteceu no dia 3 de fevereiro de 2019, durante um churrasco no bairro São José, quando Agatha atingiu o namorado com uma facada no peito durante uma discussão, ela mesmo o socorreu, mas ele não resistiu.

Agatha sustentou desde o início que era regularmente agredida por Francisco e que naquele dia ele já a havia agredido no banheiro e que, novamente e diante de outras pessoas, tentou agredí-la, momento em que ela reagiu e o atingiu com uma facada.

Para o advogado de defesa Rafael Felipe Dias, o resultado da sentença por homicídio privilegiado foi positiva para a sua cliente. “A gente trabalhava inicialmente pela absolvição, mas o homicídio privilegiado foi bom também porque ela vai cumprir o restante da pena em liberdade. Foi um júri difícil, mas acredito que ter um conselho de sentença composto por sete mulheres ajudou, pois durante o júri eu apresentei vídeos de casos de feminicídio. Além disso três testemunhas confirmaram agressões que ela vinha sofrendo. Ela só não terminava o relacionamento porque gostava dele”, disse advogado, que atuou no júri ao lado do colega Francisco Isaias da Costa.

“Foi o pior dia da minha vida”, disse a mãe de Francisco, Irene Quitéria da Conceição. (Foto: Reprodução)

Do outro lado desta história a família de Francisco, destroçada pela perda do rapaz, não se conformou com o resultado do júri. “Estou sem palavras, para mim a justiça não foi feita; quer dizer que hoje sai matando e para a justiça ela tá certa, pode cumprir em liberdade? Quem vive presa hoje sou eu, ela vive na rua, bebendo. Isso está me machucando muito e principalmente ao meu neto”, disse Irene Quitéria da Conceição, mãe da vítima. Francisco deixou dois filhos de outro relacionamento. “Estou com muita dor, ontem (04/03) foi o pior dia da minha vida. Eu confio na justiça de Deus porque na da Terra eu não confio mais”, continuou.

Mônica, a irmã de Francisco, também não se conforma. “Achei muito injusto, isso para mim não é lei. Diminuíram a pena de 6 para 4 anos, e como já se passaram dois, restam dois que ela vai cumprir em liberdade”, lamenta.

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