
Em audiência pública realizada na Câmara de Diadema, representantes da Sabesp disseram que a companhia vai dar desconto de 30% por conta da água que chegou à água amarelada, em alguns locais barrenta em todos os bairros da cidade, e também em São Bernardo e Santo André. Vereadores e deputados presentes ao encontro, no entanto, concluíram que vão levar a questão à Justiça.
Durante a audiência os representantes da Sabesp Rogério Alves (gerente de abastecimento), André Goes (gerente de departamento), Marcelo Santana (gerente comercial) e Jair Manoel (gerente de departamento), relataram o problema do excesso de chuvas e das dificuldades de tratamento, propondo ainda desconto de 30% nas contas de água. As respostas, no entanto, não atenderam o desejo dos moradores que lotaram a plateia da Câmara. Vereadores, governistas e de oposição se uniram contra a empresa. A audiência contou ainda com a presença dos deputados estaduais Teonílio Barba (PT) e Márcio Giudício, o Márcio da Farmácia (Podemos).
A audiência pública foi presidida pelo vereador Josemundo Dario Queiroz, o Josa (PT). O petista sugeriu a promoção de uma ação civil pública contra a companhia estatal. “Uma ação com reparação pra valer. Vamos propor até quinta-feira (02/05) uma ação na procuradoria geral do estado contra a Sabesp. Ninguém pode assegurar que isso não vai acontecer novamente, a empresa se esconde atrás de sua estrutura de empresa que visa lucro que vende um produto de péssima qualidade, que faz a gente beber cocô e água contaminada”, disse o parlamentar que pediu que todos os vereadores assinassem o pedido, através do gabinete do deputado Barba solicitando manifestação da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo) para que emita laudo sobre a água fornecida a Diadema.
Ambos deputados criticaram a companhia responsável pelo abastecimento da cidade. “Essa água não é bem tratada”, disse Márcio da Farmácia. “Quem deveria estar sentado aqui é o presidente da Sabesp e não o pessoal técnico”, disse Barba. “Esse desconto e essas explicações não deixaram ninguém contente”, apontou o vereador Zé do Bloco (PV). “O governo do estado não investe e o governador deveria estar aqui para pedir desculpas por ter deixado o povo doente”, atacou Ronaldo Lacerda (PT) que disse que seu filho ficou doente depois de beber água da torneira na escola.
Ao final da audiência, moradores ofereceram aos técnicos da Sabesp água amarelada que veio das torneiras das residências. Eles não aceitaram beber.