Sistema de Saúde precisa ser rediscutido

Com 47 anos, uma moradora do ABC reclama da falta de dipirona nos postos de saúde. Um simples medicamento para aliviar a dor e para baixar a febre, vendido por menos de R$ 5 em farmácias. A Constituição Federal e as diretrizes que regem o SUS (Sistema Único de Saúde) garantem acesso aos medicamentos. Isso não seria esmola, e sim dignidade e respeito à população brasileira que pagou mais de R$ 2 trilhões em impostos no ano passado.

No entanto, parece que a cada ano, aumenta o fosso entre o direito constitucional e a realidade. E, em plena crise econômica, o brasileiro e a brasileira são obrigados a tirar de seus bolsos o dinheiro, já limitado a diversas despesas do dia a dia, para comprar medicamentos. A situação fica ainda mais grave para população idosa, cuja necessidade de remédios aumenta consideravelmente.

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Justamente uma das áreas mais vitais de uma sociedade, a Saúde é sempre um dos setores públicos mais sucateados. Podemos até voltar no túnel do tempo, assistir aos horários eleitorais gratuitos de 10 ou 20 anos, para perceber que as queixas nos serviços públicos seguem as mesmas: filas intermináveis, falta de profissionais, pacientes em corredores, estruturas físicas deterioradas e problema na distribuição de medicamentos.

A Saúde no Brasil está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e precisa ser rediscutida em âmbito geral. A União investe e repassa aos municípios muito menos do que deveria. E os municípios, apesar dos recentes programas para redução de filas de espera por especialidades, ainda engatinham em fazer um verdadeiro diagnóstico da rede, com um plano de investimentos e funcionalidade de cada equipamento para uma demanda reprimida diante de determinada localidade.

A responsabilidade é de todos, mas que cada ente comece a fazer a sua parte para uma verdadeira mudança, sem esperar pelo outro. Assim que se muda a Saúde, mesmo que gradualmente.

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