Estamos em um momento histórico no Brasil, em que a população se cansou de ver tanta corrupção e jeitinhos encontrados para driblar a legislação. Naturalmente com o fim do financiamento empresarial, as doações realizadas por pessoas físicas mereceriam atenções redobradas do Ministério Público e da Justiça Eleitoral, para impedir ou punir o uso dos tradicionais laranjas.
Em São Caetano, a campanha do prefeito José Auricchio Júnior (PSDB) passa por investigação no MP, após ações impetradas pelo PMDB. Vale frisar, porém, que todos são inocentes perante a lei até que se prove o contrário. E nada está provado contra o comandante do Palácio da Cerâmica.
Também o RD não tem interesse algum em motivar o uso político dos fatos noticiados, aliás, esse tipo de postura oportunista, quer passar longe. No entanto, cada vez que mergulha nesse caso, maior é a convicção de que é preciso investigar.
Há duas semanas, o RD esteve na casa de Ana Maria Comparini Silva, em Jundiaí. Tratava-se de uma pessoa simples, numa residência modesta e um bairro onde não se ostenta luxo algum. Não aparenta combinar com o perfil de quem doou R$ 293 mil a uma pessoa que nunca teria visto em São Caetano.
Agora, o MP está de olho em Maria Azira Garcia Correia que, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), repassou R$ 350 mil ao tucano. Na ação impetrada e retirada pelo PMDB (resta à população perguntar por que foi retirada), essa doadora é uma senhora de 89 anos e estava processando seu plano de saúde para receber cuidados médicos.
Portanto, há peças que não se encaixam nesse quebra-cabeça e é preciso que tudo seja passado a limpo. E a população tem o direito de saber a verdade.