
O governo do Estado estuda flexibilizar o uso de máscaras a partir da próxima semana, mediante a liberação que deve ser anunciada após reunião de especialistas no combate à pandemia. O uso do acessório é determinado por decreto estadual, em vigor até 31 de março. Diante da obrigatoriedade e avanço da vacinação, o Consórcio Intermunicipal ABC esclarece que o colegiado de prefeitos descarta, neste momento, possível flexibilização do uso da máscara.
Em nota enviada ao RD, a entidade regional esclarece que acompanha continuamente a evolução da pandemia na região para deliberação de novas ações conjuntas. No entanto, por conta de novos casos, óbitos e internações em razão da doença, atualmente permanece obrigatório o uso de máscaras em ambientes abertos e fechados em todos os municípios, assim como o cumprimento dos protocolos sanitários.
A vacinação também segue em todas as faixas etárias nos sete municípios do ABC, conforme o número de doses repassadas individualmente para as prefeituras – que realizam o processo de imunização de acordo com suas particularidades.
Para o infectologista do Centro Universitário da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Olavo Munhoz Leite, a flexibilização deve acontecer somente se os dados apresentados pelo Estado continuarem a mostrar queda significativa do número de casos da doença, em particular a internação em UTIs (unidades de terapia intensiva), e com a população plenamente vacinada com três doses.
“Se essa tendência de redução se mantiver agora, no período de pós-Carnaval, poderá ser flexibilizado o uso de máscaras nas áreas abertas e com baixa aglomerações de pessoas”, diz. “Com estes dados podemos ter maior segurança na liberação de máscaras”, salienta o médico.
Segundo o infectologista, apesar disso, os riscos são inerentes à medida. “Caso o número de casos aumente, será preciso que as autoridades retornem às medidas anteriores. Após dois anos de pandemia e com o processo de imunização nessa fase, creio que seja o mais indicado”, avalia ao citar que os grupos mais vulneráveis são os imunossuprimidos, que devem ser incentivados a manter o uso de máscara mesmo com a flexibilização até que se tenha dados mais robustos de baixa transmissão.
Questionado sobre uma possível nova onda da doença, o especialista responde: “outras ondas podem ocorrer, tanto quanto novas epidemias, então é importante manter uma vigilância constante e planejamento de ações rápidas, evitando acúmulo de casos que sobrecarreguem o sistema de saúde”, afirma ao avaliar que o comitê de contingenciamento tem feito este papel.

Vacinação no ABC
De toda região, São Caetano é a cidade que mais imunizou até o momento, tem 96,3% da população acima de cinco anos de idade vacinada com pelo menos a primeira dose; 91,2% com as duas doses e 70,4% da população com dose adicional. Cerca de 3% da população está com a 2ª dose em atraso e, para estimular a vacinação, a Prefeitura faz campanha de divulgação nas redes sociais.
Na sequência aparece Santo André, com a população acima de 12 anos mais imunizada da região: A imunização completa é de 67% entre a população adulta e está em andamento a vacinação infantil (05 a 11 anos), sendo de 73% a cobertura vacinal com 1ª dose. O município segue com agendamento aberto para todos os públicos. A Prefeitura não informou o número de abstenções.
Ribeirão Pires já vacinou 78,73% da população adulta com duas doses e, apesar da alta adesão, 4.744 pessoas ainda não retornaram para a segunda dose na cidade. Em São Bernardo, 78,07% da população já foi vacinada com as duas doses, e o município contabiliza 40.995 pessoas que não retornaram aos postos de saúde para receber a segunda dose da vacina.
Diadema está com 75,43% da população vacinada com duas doses, mas não foi informada a taxa de abstenção. Já Mauá tem 70,77% da população adulta imunizada com as duas doses. Atualmente, 37 mil pessoas estão em atraso com a segunda dose, e para aumentar a adesão, o município estendeu o horário de funcionamento de três unidades básicas de saúde. Rio Grande da Serra aparece em último lugar, com 61,88% da população imunizada com duas doses, sendo que 2.603 pessoas não voltaram para finalizar o processo de vacinação.