Segundo dados da Receita Federal, até o início de março de 2025, apontam que 46% dos microempreendedores do ABC são mulheres. Entre elas, muitas se dividem entre a jornada no empreendedorismo e a maternidade. Ao RDtv desta quarta-feira (07/05), duas mães empreendedoras da região falaram de como superaram os desafios da jornada dupla e como ainda inspiram outras mulheres que buscam trilhar o mesmo caminho.
Irene Cristina Costa de Aguiar acabou engravidando muito cedo, aos 18 anos, exatamente no período em que buscava realizar os seus sonhos: cursar uma faculdade e conseguir sua carteira de motorista. A maternidade acabou virando um ponto de partida para empreender.
“Quando me tornei mãe, na verdade, eu nem sabia o que era empreender. Eu comecei a fazer sem imaginar que o que eu estava fazendo era empreender. Eu tive meu filho muito jovem. Eu trabalhava em uma empresa, era registrada, só que o salário era baixo e eu tinha muitos sonhos.”, iniciou.
Uma visita a rua 25 de março, em São Paulo, acabou levando Irene a empreender. A venda dos mais diversos produtos para os colegas do curso de Comunicação Social iniciou Irene na vida do empreendedorismo, mesmo com o avançar da gestação. Mesmo assim, seguiu na trilha e atualmente é CEO da Mais Saúde Corretora de Seguros.

A trilha é parecida com de Mayumi Nakayama, que se casou aos 20 anos e logo engravidou. Foram quatro gestações desde então e uma quinta criança está a caminho. De uma família com diversos empreendedores, entrar neste caminho era algo considerado como natural. Mas em seu caso também houve o fator necessidade como uma forma de seguir o caminho do empreendedorismo.
“Pela quantidade de filhos que eu tenho, trabalhar no CLT seria inviável. As empresas não me contratariam e o empreendedorismo me trouxe essa flexibilidade na qual eu consigo ser mãe integral, mas eu também consigo ser empreendedora.”, explica.
Ambas não tiveram acesso a uma rede de apoio ampla para que lidassem com a jornada dupla. Irene teve que recorrer a uma babá para seu filho, enquanto Mayumi conta com o apoio da rede escolar em que seus filhos estão matriculados. As duas ressaltam que apesar dessa dificuldade, seguiram com forças suficiente para seguir no caminho da independência financeira.
Outra ação semelhante das duas foi a procura pelo Sebrae, local em que fizeram parte de cursos de capacitação e realizaram o chamado networking com outras empreendedoras da região. Irene e Mayumi acabaram se conhecendo dentro de um grupo denominado “Mulheres de Alta Performance”, que reúne mulheres com o mesmo perfil empreendedor. As duas acabaram seguindo o caminho de mentoria para o empreendedorismo feminino, o que levou suas experiências para outras mulheres da região.