
O juiz Lucas Tambor Bueno, da Vara do Júri e Execuções Criminais do Fórum de Santo André, acolheu nesta quarta-feira (09/06) o pedido da defesa de Guilherme Ramos, de 21 anos, para um júri em separado dos outros quatro réus no caso da família carbonizada. Guilherme juntamente com Carina Ramos, Anaflavia Menezes Gonçalves, e os irmãos Jonathan e Juliano Ramos foram pronunciados pelo crime de triplo homicídio e ocultação de cadáveres. Segundo a denúncia, os cinco participaram da morte de Homoyuki Veras Gonçalves, Flaviana Gonçalves e o filho do casal Juan Victor, crime ocorrido no dia 27 de janeiro de 2.020 na casa da família, no condomínio Morada Verde, em Santo André. As vítimas eram pais e irmão da acusada Anaflavia.
De acordo com o advogado de Guilherme Ramos, o criminalista Leonardo José Gomes, o juiz atendeu ao pedido uma vez que seu cliente não teria participado dos crimes contra a vida. “Eu fui o único advogado que entrou com recurso contra a pronúncia porque o Guilherme não participou dos homicídios nem da ocultação de cadáver. Na noite do crime ele ficou no andar de baixo enquanto demais ficaram em cima com as vítimas tentando obter a senha para abrir o cofre”, explica o defensor.
Gomes disse que, desde que assumiu a defesa de Guilherme, essa já era a estratégia da defesa. “Porque ele estaria em um júri junto com outros que mataram e os jurados acabam condenando todos. Portanto quando for marcado o júri Guilherme não estará com os demais, ele terá um júri em separado”, explicou o advogado. Agora uma nova audiência do júri será marcada e o juiz já determinou que os demais advogados, e o Ministério Público apontem testemunhas para serem ouvidas.
Guilherme está preso no CDP (Centro de Detenção Provisória) de Pinheiros. A defesa de Anaflavia e Carina alega que a primeira foi usada pela companheira, e segue a tese de que ela não participou das mortes. Já Carina assume o roubo, mas não os assassinatos. Já a defesa de Juliano e Jonathan, sustenta que as duas participaram de toda a ação. Os três rapazes acusados tiveram a entrada na casa facilitada por Anaflavia e sua companheira Carina, Juliano e Jonathan são primos dela. O crime visava R$ 85 mil que estariam no cofre da casa, mas o dinheiro não foi encontrado. Segundo a defesa de Guilherme ele ficou no andar de baixo subtraindo objetos da casa, como o televisor e o videogame e colocando os objetos no carro.
De acordo com o advogado de Guilherme a condução do rito judicial está prejudicando a defesa não apenas do seu cliente, mas as dos demais envolvidos, por conta das audiências online adotadas durante a pandemia. “Isso prejudicou muito. Para a defesa a audiência física é melhor porque assim a gente tem como ter uma noção melhor se o depoente está mentindo ou não, para, por exemplo mudar uma pergunta, os advogados têm um feeling para isso, mas tem que ser presencial”, completa Leonardo José Gomes.