Primos confessam homicídios e são condenados por matar a família Gonçalves

Juliano e Jonathan passam por julgamento no Fórum de Santo André. (Fotos: Redes Sociais)

Os primos Jonathan Fagundes Ramos e Juliano Ramos confessaram nessa segunda-feira (21/08), durante o julgamento no Fórum de Santo André, terem participado da morte da família Gonçalves, em janeiro de 2020.  Os dois foram condenados a penas superiores a 50 anos de cadeia pelas mortes, roubo, formação de quadrilha e ocultação de cadáver. Em junho, outros três réus do processo, entre eles a filha das vítimas, Anaflavia Meneses Gonçalves, foram julgados a penas que somadas já ultrapassavam 190 anos. Agora, com mais 121 anos, a pena total dos cinco acusados já passa de 310 anos.

Juliano foi condenado a pena de 65 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão e  Jonathan foi sentenciado a 56 anos, dois meses e 20 dias. “Os sentenciados, se insatisfeitos com esta decisão, seja por estarem respondendo ao processo custodiados, seja em decorrência da gravidade dos crimes perpetrados, que ensejaram condenação a eles pelo Egrégio Tribunal do Júri, cuja decisão é soberana, para garantia da ordem pública, não poderão recorrer em liberdade, motivo pelo qual deverão ser recomendados nos presídios em que se encontram. Após o trânsito em julgado, lancem-se os nomes dos réus no rol de culpados”, sustentou o juiz Lucas Tambor Bueno em sua decisão, que foi proferida às 22h46.

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O julgamento começou às 10h40 da manhã. Eram esperadas as oitivas de 12 testemunhas, mas tanto a  defesa, como a acusação, abriam mão destes interrogatórios e partiram para as sustentações. Depois do intervalo para o almoço começaram os debates, primeiro com a defesa falando, depois a acusação. O júri teve ainda réplicas e tréplicas. O clima diante do fórum de Santo André foi tranquilo. Antes do começo dos trabalhos a mãe da vítima Flaviana, Vera Lucia Chagas Conceição, disse novamente que espera a condenação dos réus para finalmente sepultar seus familiares e iniciar uma nova vida.

Crime

O crime bárbaro ocorreu em 28 de janeiro de 2020, quando os empresários Homuyuki Veras Gonçalves, Flaviana Meneses Gonçalves e o filho do casal Juan Victor Meneses Gonçalves foram torturados e mortos na casa onde moravam em Santo André. Depois tiveram os corpos carbonizados dentro do carro da família, abandonado na Estrada do Montanhão, já em São Bernardo.

Segundo a denúncia do Ministério Público, Anaflavia e Carina chamaram os primos Jonathan e Juliano e o amigo dos quatro Guilherme para a prática de um roubo. Anaflavia facilitou a entrada do grupo no condomínio onde a família morava. Faz parte da denúncia também os encontros do grupo para planejar o crime e até uma cotação feita por Carina para trocar o carpete do andar superior da casa da família. Para a acusação isso demonstra que o plano era matar a família e as duas ficarem com a casa. Os irmãos ficariam com uma quantia que estaria no cofre da casa, dinheiro que nunca foi encontrado.

Em 12 de junho último outros três réus – Anaflavia Meneses Gonçalves, a companheira na época Carina Ramos e o amigo delas Guilherme Ramos da Silva -, foram condenados pelo crime a penas que, somadas, passam de 190 anos. A filha das vítimas foi condenada a 61 anos de prisão em regime fechado, sua ex-companheira, Carina Ramos, pegou 74 anos, sete meses e 10 dias de reclusão e Guilherme Ramos da Silva teve a menor pena dos três, e ainda assim foi condenado a 56 anos, dois meses e 20 dias de reclusão.

Anaflavia ainda pode voltar ao banco dos réus, isso porque ela não foi condenada pela morte do irmão Juan Victor, mas o Ministério Público entrou com recurso por entender a participação dela no crime. O juiz Lucas Tambor Bueno ainda não decidiu sobre o pedido.

 

 

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