Na semana passada, o vice-governador do Estado, Rodrigo Garcia, anunciou a retomada do atendimento presencial em alguns setores de serviços, entre eles as academias. Desde então, os proprietários de academias do ABC reabriram seus negócios que estavam temporariamente fechados e, outros, adaptaram o serviço com treinos online, a fim de reduzir custos, pagar dívidas e sobreviver à crise econômica.

Durante a chamada Fase de Transição, iniciada no último dia 24, as academias podem funcionar por até 8h diárias, entre 6h às 19h, com limitação de 25% de ocupação. Para a empresária do mercado fitness, Cintia Biazotti, da Sport Fitness Ribeirão Pires, a retomada proposta pelo governo do Estado é essencial para a recuperação do setor.
“No começo de 2020 estávamos com muitos planejamentos, mas infelizmente fomos pegos de surpresa com o lockdown e tivemos que fechar por quatro meses. Este ano, o mesmo se repetiu, e na retomada gradativa encontramos resistência dos alunos, mas apesar disso, é um momento que temos que aproveitar”, diz.
Apesar da suspensão do atendimento presencial com o fechamento da academia no ano passado, para sobreviver à crise, a empresária adequou os treinamentos para o formato online. “Cerca de 10% do nosso público acabou aderindo ao treino via aplicativo, enquanto os demais preferiram aguardar a retomada”, conta a empresária, ao lembrar que alguns clientes aderiram, ainda, a contratação de profissional trainer em residência ou fizeram locação de acessórios para treino.
O funcionamento da Sport Fitness segue de segunda a sexta-feira, das 6h às 20h, e aos sábados e domingos, das 9h30 às 11h. Seguindo as diretrizes de higiene, a academia garante ambiente seguro, acolhedor e higienizado para professores e alunos.
Na academia de luta CT MIMITEAM, em Santo André, a projeção da proprietária Antônia Aparecida Nincau Conti é que haja incremento de 50% nos lucros com a reabertura gradual. “Estamos seguindo os protocolos de segurança com atividades individuais e sem contato, distanciamento entre os alunos, uso de máscaras e todas as orientações necessárias para recuperarmos o que perdemos com a pandemia”, conta. No período de inatividade, a academia perdeu pelo menos 60 inscrições e a recuperação entre 2020 e este ano, até o momento, foi de 20% no faturamento.

Com modalidades de muay thai, boxe, jiu jitsu, mma e krav maga, a academia mantém aulas presenciais de três a quatro vezes por semana, com planos a partir de R$ 99. “Nesta segunda onda da pandemia não estamos com aulas online, como aconteceu na primeira vez. Agora estamos retomando aos poucos com o atendimento presencial, com recuperação de alunos e clientes e divulgação nas redes sociais”, explica.
Inscrições caem 40% em São Caetano
Reaberta oficialmente no último dia 24, a academia Max Power, em São Caetano, retomou as atividades presenciais com um volume bem menor de alunos inscritos, menos 40%. De acordo com a proprietária, Maria Goretti Furtado, antes da pandemia, a média de alunos era de 250 a 400 alunos, no rotativo, mas com a circulação do vírus, as inscrições caíram para 150 a 170 clientes. “Praticamente 2020 não existiu para nós. Reabrimos no meio de uma corda bamba e quando começou a fluir, tivemos que fechar novamente. Com isso, perdemos muitas inscrições”, conta.
Apesar da flexibilização da pandemia e da retomada das atividades presenciais, Maria conta que nem todos os alunos inscritos retomaram os treinos presenciais. “Retornamos, mas a maioria dos alunos por desinformação ou até mesmo por medo, ainda não voltou”, conta. Para manter o estabelecimento aberto, a empresária ficou com apenas três funcionários. “Cumpro jornada de 14 horas para tentar suprir e manter meu negócio em pé. Afinal é um sonho de uma vida inteira, são 35 anos de Max Power”, explica.
Aulas online
O ABC THAI fechou as portas do estabelecimento físico ao longo da pandemia e adaptou as aulas de Muay Thai para o meio virtual. “Fomos a primeira academia de Muay Thai com aulas exclusivas só para mulheres, onde o acesso era 100% restrito aos homens em alguns horários da semana, por conta disso a procura pela nossa academia sempre foi muito alta, mas tivemos que fechar por conta da crise”, conta a professora da academia, Talita Cristina Nicoletti Cricca.
A academia especializada em Muay Thai e Kickboxing chegou a ter 60 alunos ativos em um único horário, em um tatame de 200m², com ringue e mais um espaço chamado Cross Fight para treinamento de fortalecimento muscular em forma de circuito. Com o avanço da pandemia, a academia passou a aplicar treinos personalizados, em horários individuais, a preços atrativos. “Essa foi a primeira solução e o primeiro passo para continuarmos trabalhando”, diz Talita.
Com o novo serviço, o valor pode variar de acordo com o número de dias e horários, com aulas a R$ 60 e promoção em planos mensais. “Esse valor também pode reduzir bastante, podendo chegar a um preço final entre R$ 350 a R$ 450 por mês”. Os treinamentos da ABC THAI acontecem com a professora Cricca e podem ser agendados via redes sociais. Informações: (11) 96663-0003