
Nos últimos meses, Diadema voltou a ser alvo de reclamações sobre perturbarão sonora, mesmo em meio a pandemia e a implantação de medidas de isolamento social. Desta vez, é o bairro Casa Grande que tem gerado dor de cabeça aos moradores da região, que precisam lidar com som alto e aglomeração nas vias aos fins de semana, além de jovens consumindo bebidas alcoólicas e bares abertos durante toda a madrugada, de acordo com um munícipe, que preferiu não ser identificado.
Ainda segundo o morador, as festas começam por volta das 19h de sexta-feira e só terminam na madrugada de domingo para segunda. “Vai até de manhã. Tem baile a noite toda e bebedeira. Infelizmente ninguém sabe o que é quarentena por aqui”, desabafa. Para o munícipe, a fiscalização da prefeitura e da polícia militar é falha, pois a mesma situação sempre ocorreu no local.
Além da preocupação com os riscos de proliferação do vírus nas proximidades do bairro, o denunciante diz que as festanças atrapalham o sono da vizinhança. “É uma vergonha, som nas alturas e ninguém vê isso. Ninguém aqui consegue dormir”, conta, antes de completar: “O pessoal fica na rua e bebe, curte, dança a noite toda. Não tem limites”, finaliza.
Em maio, o RD abordou alguns dos bailes funk mais famosos da cidade em reportagem, como no Morro do Samba, Núcleo 18 de Agosto e Vila Socialista. No bairro Serraria, onde ocorre o Baile do Pombal, um morador, que pediu para não ser identificado, contou que a vizinhança não tem direito ao sossego. “Acho que esse é um dos maiores bailes funk do estado, aqui chega a reunir mais de 10 mil pessoas. Durante a pandemia pelo menos umas mil pessoas continuam se reunindo e desrespeitando o isolamento social”, relata o morador.
No local é possível encontrar veículos com aparelhagem de som e venda clandestina de bebidas alcoólicas. A venda de drogas, prostituição e a participação de menores nestas festas são rotina. “Aqui é um verdadeiro inferno, minha mãe tem 76 anos e tenho uma filha de 9, ninguém dorme, no dia seguinte tenho de trabalhar estressado e com sono. Se precisar, nem ambulância consegue entrar aqui em dia de baile”, explica o morador.
Ainda este mês, em reportagem produzida pelo RD, Diadema afirmou que, desde o início da quarentena, recebeu 122 denúncias de perturbação do sossego até a primeira quinzena de junho. Procurada novamente hoje (23), a prefeitura informou que fiscaliza os locais com aglomerações em espaços fechados e abertos. As equipes se deslocam até o local apontado e realizam a conscientização das pessoas que normalmente desfazem as aglomerações. Sobre os estabelecimentos comerciais, as equipes orientam o fechamento, adotando as demais medidas administrativas.
Questionada, a PM (Polícia Militar), não respondeu sobre ações de combate a perturbação sonora e aglomerações até o fechamento da matéria.