
Começou às 11h30 o julgamento de Roseane Carla dos Santos e José Nilson da Costa, acusados de matar a adolescente Renata Miguel da Silva, crime ocorrido em novembro de 2013, no Parque São Vicente, em Mauá. Presidido pelo juiz Marco Mattos Sestini, o julgamento começou com uma hora e meia de atraso por conta do deslocamento dos réus do presídio até o Fórum de Mauá.
Segundo a acusação na noite do crime, a vítima, então com 15 anos de idade, usou drogas com o casal, passou mal e morreu. Os acusados então deixaram o imóvel e fugiram. O corpo da vítima só foi encontrado 5 dias após, sobre a cama dos acusados. O crime de homicídio é colocado para apreciação de sete jurados, cinco homens e duas mulheres todos com idades de até 30 anos.
A primeira a depor foi Angelita Miguel, mãe da vítima, que relatou que não tinha conhecimento de que sua filha era usuária de drogas, diferente do que foi apontado por testemunhas ao longo do processo. “Ela era uma menina boa, cheia de sonhos, que me ajudava muito. Estudava e fazia aulas de Ginástica Rítmica”. O depoimento da mãe durou aproximadamente meia hora, sem a presença dos réus.
Em seguida foi ouvida uma testemunha, amiga de Renata, já com os réus em plenário. José Nilson não demonstrou qualquer emoção, já Roseane chorou ao ver seus familiares na plateia e voltou a chorar ao fim do depoimento da testemunha. O advogado de defesa de Roseane, Rogério dos Santos considera que vai conseguir livrar os réus da acusação de homicídio. Ele sustenta que Renata era usuária de drogas e que costumava fazer isso com frequência. Disse ainda que das sete ou oito vezes que esteve com os réus, estes não a obrigaram a consumir cocaína.
A testemunha amiga da vítima relatou em seu depoimento à polícia, na época dos fatos, e repetiu durante o julgamento que Renata não tinha limites para usar drogas. “Ela chegava a usar 17, 20 pinos de cocaína misturado à bebidas alcoólicas, num dia. Isso acontecia até quatro vezes por semana”, relatou. A testemunha ainda disse que também costumava ter relações sexuais com os acusados juntamente com o consumo de drogas e que foi ela que apresentou o casal à vítima.
O julgamento deve ser concluído no início da noite desta quinta-feira. Inicialmente foram arroladas 10 testemunhas, sendo 5 de defesa, mas a maioria foi dispensada pelos advogados. Cerca de 40 pessoas acompanham o julgamento na plateia.