Na tarde desta segunda-feira (12/9) ocorreu audiência do caso da empresa Keiper Metalls do Brasil, fabricante de assentos automotivos, na Justiça do Trabalho de Mauá. O ato contou com depoimentos de representantes do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá, que pediram para a Justiça bloquear contas bancárias da Keiper, para que as verbas rescisórias dos cerca de 300 funcionários demitidos, no início de setembro, sejam garantidas.
Na audiência, a empresa, que perdeu 85% de seu faturamento ao ter contrato rompido com a Volkswagen, declarou não ter condições financeiras para pagar os trabalhadores. “Sabemos que a Volkswagen deve dinheiro para a empresa, queremos garantir que esse valor, quando for pago, possa ser usado para garantir as rescisões do pessoal”, afirma Adilson Torres, o Sapão, presidente do sindicato.
Ainda segundo Torres, a resposta da empresa com relação ao pagamento das dívidas já era esperada, sendo que a companhia não possui nenhum bem em seu nome e o espaço utilizado em Mauá é alugado. Não se sabe ao certo o valor a ser pago pela montadora, mas estima-se que seja mais de R$ 10 milhões. O parecer da Justiça deve ocorrer nos próximos dias.
Atualmente cerca de 100 funcionários trabalha na fábrica de Mauá. Contando com outras empresas do grupo, as demissões no Brasil foram de 724. A Keiper, que faz parte do grupo Prevent, multinacional de origem bósnia, comunicou que o destino da empresa ainda será decidido.
A Keiper deixou de produzir bancos para a Volkswagen no dia 4 de agosto deste ano. A montadora alegou ter tido prejuízo com os constantes atrasos da empresa. O sindicato tentou intermediar um acordo para que as companhias continuassem parceiras, mas não foi possível. A Volks chegou a retirar seu ferramental da fábrica de Mauá, acompanhada de membros do Batalhão da Polícia Militar de Mauá.
“Tentamos de tudo para que as demissões não ocorressem, mas não deu certo. Agora o que nos resta é esperar ao menos que os trabalhadores recebam seus direitos”, ressaltou Torres.