APCA chega aos 60 incorporando moda

Mais tradicional entidade de críticos do País, a APCA, Associação Paulista de Críticos de Artes, entregou na terça à noite, 15, no Sesc Pinheiros, seus prêmios para os melhores de 2015. A APCA começou com críticos de teatro, foi incorporando outras categorias artísticas e, na sua 59.ª edição de prêmios, ao completar 60 anos, acrescenta a moda. Melhor atriz de TV – pela novela Verdades Secretas -, Grazi Massafera foi a (bela) apresentadora do segmento.

Ao chamar o profissional de beleza do ano, Henrique Martins, Grazi disse que foi quem a maquiou. O prêmio especial foi para Paulo Borges, idealizador da SPFW, que também completa duas décadas. Foi aplaudido ao dizer que o bom da moda é trabalhar “com gente”. Emicida, artista do ano na categoria música (pelo álbum Sobre Crianças, Quadris, Pesadelos e Lições de Casa), também foi muito aplaudido ao fazer, no foro da APCA, o mesmo protesto de Spike Lee no Oscar. Emicida observou que era apenas o segundo não branco no palco. Pediu um outro olhar para a diversidade do artista brasileiro.

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Camila Márdila, a Jéssica, representou a diretora Anna Muylaert, que fez Que Horas Ela Volta?, o melhor filme do ano. Camila discursou em defesa da representatividade feminina, desde a doméstica Val (Regina Casé, melhor atriz) até a diretora, que andou sendo hostilizada por colegas cineastas. Também no cinema, Guilherme Fontes, melhor diretor por Chatô, estava emocionado pelo reconhecimento ao filme, “depois de tudo que passei”. Dedicou o prêmio à mãe, que estava na plateia “e sofreu comigo”.

Alexandre Nero, melhor ator de TV por A Regra do Jogo, deu uma palinha e cantou, mas parecia irritado no seu pocket show. A cerimônia foi longa, uma comédia de erros. Maria Luiza Mendonça, melhor atriz por Um Bonde Chamado Desejo, fez um discurso generoso sobre a importância do teatro. Julio Maria e Jorge Caldeira dividiram o prêmio de biografia, em literatura. Julio agradeceu aos filhos de Elis Regina. “Sei que não gostaram de muita coisa do que leram, mas não interferiram em nada.” Caldeira venceu pela monumental biografia (quatro volumes) Julio Mesquita e Seu Tempo, que detalha a trajetória do jornalista que transformou o Estado num dos maiores jornais brasileiros. Em arquitetura, Paulo Mendes da Rocha venceu por uma obra no exterior – o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa.

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