Especialista alerta sobre perigo do AAS sem receita médica

A droga ajuda na prevenção primária, porém, o risco de efeitos colaterais como sangramentos é maior que o benefício

Especialista em prevenção de doenças cardiovasculares, Daniel Branco de Araújo, disse que existem mais mitos sobre uso de vitaminas e suplementos do que verdades. “Apesar de uma série de grandes estudos terem sido realizados, não encontramos comprovação científica que estes comprimidos tragam qualquer benefício na prevenção da doença cardiovascular”, conta o médico.

Segundo o cardiologista, que também é especialista em aterosclerose, o AAS – ácido acetilsalicílico, muitas vezes é utilizado de forma indiscriminada pela população, sem recomendação médica. A droga ajuda na prevenção primária (aquela onde o paciente ainda não possui a doença), porém, o risco de efeitos colaterais como sangramentos é maior que o benefício, por isso deve ser utilizada apenas com indicação médica. “Estudos e metanálises demonstraram que, na prevenção primária, apenas os pacientes de maior risco, assim como mulheres diabéticas acima dos 60 anos e homens diabéticos com mais de 50 anos, têm uma relação risco-benefício que justifique o uso”, explica.

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As estatinas têm se mostrado a medicação mais eficiente na prevenção cardiovascular, porém, na prevenção primária, os estudos não demonstram diminuição da mortalidade. “Há um grande benefício na redução de infartos e Acidentes Vasculares Cerebrais, mas não na mortalidade. A preocupação mais recente com uso das estatinas é a possibilidade de causarem diabetes, o que já foi comprovado. Porém, o risco ainda é muito menor do que o benefício”, destaca o especialista que ressalta: “somente um cardiologista pode fazer essa avaliação individual com os pacientes”.

Nesta quinta-feira (30/05), Daniel Branco de Araújo ministrou palestra no XXXIV Congresso da Socesp e lembrou que a modificação do estilo de vida ainda tem demonstrado ser a melhor forma de prevenção primária de doenças cardiovasculares. “Dietas mais saudáveis e exercício físico regular são de extrema importância. Durante os debates vamos buscar formas para motivar nossos pacientes em fazer estas mudanças, indicar as melhores dietas possíveis e os tipos de exercícios mais recomendados”, prevê Daniel de Araújo como resultado da discussão. 

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