ABC - sábado , 18 de maio de 2024

Desembargadores aumentam pena de condenado no caso Mércia Nakashima para 22 anos

Desembargadores da 12ª Câmara de Direito Criminal, do Tribunal de Justiça de São Paulo, decidiram elevar a pena imposta ao advogado e ex-policial militar Mizael Bispo de Souza pelo assassinato da sua ex-namorada Mércia Nakashima, morta em maio de 2010. O homem, que está preso desde 2012, terá de cumprir um total de 22 anos e oito meses de prisão.

Os magistrados analisaram simultaneamente nesta quarta-feira, 28, a apelação da defesa, que pedia a anulação do júri e realização de um novo julgamento, e o recurso da promotoria, pedindo por um novo cálculo para elevar a condenação de Mizael. O pedido feito pela acusação prevaleceu, em parte.

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O promotor Rodrigo Merli pedia que a pena chegasse a 24 anos e seis meses, por entender que o cálculo da dosimetria da pena poderia ter seguido critérios diferentes. “Na minha avaliação, o cálculo tinha sido feito de forma errada. O juiz não se utilizou da melhor técnica em relação a isso”, afirmou à reportagem.

Segundo Merli, a elevação da pena contrariou a expectativa de que, diante de uma câmara com um perfil mais liberal do que conservador, a punição seria reduzida. “Essa era a expectativa de todos, mas acabamos vendo o contrário”, disse.

A defesa ainda pode levar o caso a instâncias superiores, como Superior Tribunal de Justiça (STJ) e para o Supremo Tribunal Federal (STF), mas o promotor acredita que os recursos não deverão ser atendidos. A reportagem não conseguiu localizar os defensores de Mizael na tarde desta quarta.

O caso

Mércia Nakashima e Mizael Bispo de Souza foram sócios em um escritório de advocacia e namoraram por quatro anos até setembro de 2009. A advogada foi vista pela última vez na tarde de 23 de maio de 2010 na casa da avó. Em 10 de junho, o carro dela foi localizado na Represa Atibainha, em Nazaré Paulista. No dia seguinte, o corpo foi encontrado por um pescador.

Mizael foi denunciado por homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de meio cruel e mediante recurso que dificultou a defesa da vítima) e por ocultação de cadáver. No dia 14 de março de 2013, ele foi condenado a 20 anos de prisão. Único suspeito do crime, Mizael foi considerado culpado pelos jurados do conselho de sentença, após quatro dias de um julgamento repleto de discussões acaloradas entre acusação e defesa no Fórum de Guarulhos, na Grande São Paulo.

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