Há um mês o RD realizou uma pesquisa sobre os salários dos prefeitos da região em comparação aos vencimentos dos chefes de Executivo das capitais e foi descoberto que alguns dos nossos gestores recebem mais do que seus colegas, inclusive o paulistano João Dória (PSDB). O fato é que pelo menos um percebeu que o alto salário não combinava com o seu insistente discurso de austeridade.
O são-bernardense Orlando Morando (PSDB) anunciou que vai reduzir seu salário de R$ 30 mil para cerca de R$ 25 mil. Afirmou que enxergou “tarde” a situação, mas ainda bem que viu. Alguém pode dizer que esta redução não faz uma grande diferença no orçamento do município, mas como lembramos em um editorial feito na época da reportagem, a atitude tem um simbolismo importantíssimo, principalmente em tempos de crise econômica.
Virou uma espécie de mantra dos políticos a expressão “temos de economizar, temos de cortar na própria carne”. Muito bem, os cortes foram feitos em todos os lados, de todos os modos. No funcionalismo, em festas populares, e em outros segmentos, porém os gestores, em sua maioria, não davam o exemplo para demonstrar que a economia não era apenas um discurso ou mesmo algo que só vale para os outros.
O que se espera é que outros possam seguir o caminho de reduzir os seus vencimentos e, principalmente, aumentar o trabalho por melhores serviços para a população, assim fazendo jus aos valores que mensalmente deixam os cofres públicos, ou seja, o nosso bolso, para as contas dos prefeitos. Insistimos tanto em exemplificar com o que acontece na Europa, por que não seguir estes exemplos?