
O ano letivo começa em fevereiro e, por isso, o movimento de compra de materiais escolares está forte desde 26 de dezembro. A expectativa é encontrar preços ainda baixos. Para ajudar o consumidor, o RD percorreu algumas lojas na região e observou que o consumidor precisar pesquisar bastante se quiser economizar na compra de lápis, cadernos, canetas e outros materiais solicitados pelas escolas. Os estabelecimentos podem apresentar uma diferença de até 64% em um mesmo produto. Outras dicas para não pesar tanto no bolso são fugir de produtos com personagens e optar pela compra em grupo, porque os preços são melhores quando a mercadoria é adquirida em grande quantidade.
A pesquisa para escolher os materiais é o primeiro passo para quem quer economizar. Sandro Maskio, economista e mestre em Ciências Contábeis na Universidade Metodista de São Paulo, sugere que os pais percorram diversos estabelecimentos antes de realizar a compra.
Uma caixa com 24 lápis de cor da Faber Castell custa R$ 19,90 na loja Miamor, em Santo André. Contudo, o mesmo produto na Armarinhos Fernando sai por R$ 24,99, uma diferença de 20,09%. Um apontador com depósito transparente da mesma marca apresenta variação de 48,22% no preço entre a Armarinhos Fernando e a Kalunga, que apresentava um valor mais elevado. Na primeira loja, o apontador custa R$ 2,90.
Quem precisar comprar o conjunto de 12 canetas esferográficas coloridas Faber Castell também encontra boa disparidade de preços. O produto apresenta variação de até 30% no preço e pode ser encontrado a R$ 9,90 na Kalunga. “Sem dúvida, a pesquisa de preços sempre vale a pena. Dificilmente você vai encontrar todos os produtos com melhores preços em um único lugar”, diz.
Outro problema enfrentado na hora de comprar material escolar é a grande lista de itens requisitados pelos colégios. Sandro sugere que a lista seja racionalizada e que os responsáveis comprem apenas o que de fato é necessário. “Vale a pena até conversar com a escola para tornar essa lista mais prática e tentar tirar alguns eventuais supérfluos”, sugere.
Compras coletivas
Maskio recomenda os pais fazerem compras coletivas. Assim, ao invés de cada um comprar uma caneta esferográfica preta, o grupo compra uma caixa com mais unidades e rateia o valor. De acordo com a pesquisa do RD, a divisão vale a pena. Um pacote com 10 unidades de folhas de papel almaço, com margem e linhas, custa R$ 1,99. O cliente que comprar 5 pacotes com 10 unidades paga R$ 9,95, enquanto a compra um pacote com 50 unidades do mesmo produto leva por R$ 6,40, equivalente a 35,63% a menos do que 5 produtos com 10 unidades.
Para Sandro, levar as crianças para comprar o material escolar e fazer com que interajam no processo de decisão é um desafio que pode valer a pena. “É importante aproveitar este momento para começar a trabalhar um pouco com essa questão financeira e fazer com que a criança participe das decisões orçamentárias da família porque, num futuro próximo, é ela quem vai ter de tomar essas decisões”, ensina o mestre.
Personagens
Evitar comprar materiais com personagens, logotipos e acessórios é também uma opção de economia. Se o filho insistir, a recomendação é também pesquisar. Uma régua simples da marca New Line, na loja Miamor, custa R$ 1,90, enquanto a régua da Barbie (Tris), na Armarinhos Fernando, custa R$ 5,30, quantia 64% superior. Uma cartela com 12 cores de canetas esferográficas da Faber Castell custa R$ 9,90 na Kalunga, enquanto a cartela de 12 cores com estampa da animação Frozen (Tris) sai por R$ 19,99, ou seja, 50,48% mais caro.
Pais reclamam do custo
Cláudia Gazani, administradora, acaba de concluir a compra de material para o filho Lucas, 7, e diz que teve de pesquisar muito. “A lista de materiais deste ano está mais compacta, mesmo assim essa é a terceira loja que visito”, afirma.
O casal Leda e Ronald Rodrigues foi atrás de mochila e estojo para a filha Sophia, de 4 anos. Inconformado, o pai admitiu ter dificuldades para encontrar materiais com boa relação de custo/benefício. “O preço está altíssimo, é um roubo. A mochila que pagamos R$ 80 no ano passado, agora custa R$ 200”, conta ao lamentar que teve de gastar R$ 400 em material para a filha, mesmo com pesquisa de preços.
Para Cláudia Gazani, a dificuldade é atrelar materiais com os personagens e bons preços. “Precisava achar os materiais com personagens que o Lucas gosta, como Uncle Grandpa, então tentei unir o útil ao agradável, pois é ele quem vai usar o caderno o ano inteiro”, acrescenta. (RR)