Operação policial desmonta canil clandestino em Santo André

Animais não eram bem alimentados (Foto: Pedro Diogo)
Foto: Pedro Diogo

Ação da Dicma (Delegacia de Investigação de Infrações e Crimes Contra o Meio Ambiente) desmontou, após denúncia, canil clandestino situado na rua Indonésia, bairro Parque Novo Oratório, em Santo André. Os agentes policiais resgataram os animais na tarde desta terça-feira (6/9) e foram encaminhados para ONGs (Organizações Não Governamentais) da cidade.

Sandra Freitas Santos, 54, responsável pelo local, mantinha ilegalmente, nos fundos de sua casa, 91 animais que viviam em condições precárias. A casa de Sandra será interditada e verificada pela Vigilância Sanitária de Santo André.

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Foram resgatados pelas ONGs Guardiões Quatro Patas e Focinhos Carentes 84 cães, 6 gatos e um papagaio, que serão encaminhados para vacinação correta, alimentação e cuidados médicos. Segundo Adriana Sbano, da ONG Guardiões Quatro Patas, os animais estão totalmente desnutridos, machucados, aparentemente doentes e necessitados de cuidados médicos. “Os animais estavam em um local totalmente insalubre, sujo e pequeno, recebendo medicamento vencido, alguns até de uso humano controlado, com seringas reutilizadas, medicamentos fora da geladeira e, principalmente, sem alimentação”, conta a protetora. Os animais foram distribuídos entre as duas ONG’s para receber os cuidados necessários  e, após liberação, serão encaminhados para a doação legal.

Ongs cuidarão dos animais (Foto: Pedro Diogo)
Os animais foram encaminhados para ONGs (Foto: Pedro Diogo)

Entre os animais identificados pelos fiscais do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP) e pela Simone Aparecida Resende, defensora dos animais, estão as raças Pug, Bulldog, Yorkshire e Bull Terrier. Os animais eram mantidos em locais inapropriados para a criação e revendidos, de forma ilegal, por Sandra com os valores de R$1,5 mil a R$ 2 mil.

De acordo com a acusada, desde que o negócio começou já foram vendidos ilegalmente mais de 80 animais. Alguns morriam e eram descartados no lixo. Questionada pela equipe do RD sobre como fazia para alimentar e medicar os animais, Sandra diz que comprava ração quando tinha dinheiro das vendas; já sobre a medicação, ela preferiu não se pronunciar.

A delegada da 2ª Delegacia Seccional, Ana Maria Rossi Pacheco, disse Sandra Freitas Santos, 54, responsável pelo canil clandestino, e seu parceiro Antonio Carlos Pereira, responderão por crimes de maus-tratos. “Quando recebemos a denúncia de maus-tratos e venda ilegal, viemos averiguar a casa. A princípio a atitude da acusada nos causou estranheza e uma certa resistência. Quando entramos, nos deparamos com o local completamente sujo, malcheiroso e baias pequenas cheias de animais doentes”, afirma a delegada.

Representantes da Ordem dos Advogados de Santo André (OAB) estudam entrar com denúncia no Ministério Público para acompanhar o caso.

Compra e doação legal

Pela lei 9.605/98 quem pratica abuso, maus-tratos, provoca ferimentos ou mutilações em animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, pode levar pena de detenção de três meses a um ano, além de multa. A pena pode ser aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal. Ainda sim, para a existência de um canil é necessário que haja um registro legal para atuação no município. A fiscal Sueli Santos de Carvalho alerta que, para compra do animal, é necessário a busca da procedência por parte do dono e ou responsável legal. (Colaborou Amanda Lemos)

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