
Em assembleia realizada nesta sexta-feira (09/05), na Praça da República, professores da rede estadual de ensino decidiram manter a mobilização por melhores salários, condições de trabalho e valorização profissional. Organizado pela Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), o encontro reuniu cerca de 3,5 mil pessoas e definiu a realização de uma nova assembleia da categoria para o dia 6 de junho, às 16h, na avenida Paulista.
Até lá, a categoria promoverá uma série de ações para pressionar o governo estadual. Estão previstas vigílias, panfletagens, atos regionais, carreatas, visitas às escolas, reuniões com aposentados e representantes escolares, além de aulas públicas sobre o piso salarial e a carreira docente. Os professores também manterão rodízios de mobilização na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) e buscarão apoio em Câmaras Municipais por meio de diálogos com vereadores e abaixo-assinados junto à comunidade escolar.
As principais reivindicações dos professores incluem o reajuste salarial de, no mínimo, 6,27% – correspondente à atualização do piso nacional do magistério —, a convocação imediata de 44 mil professores aprovados em concurso público, a correção das distorções na atribuição de aulas, climatização das escolas da rede estadual e fornecimento de alimentação para os docentes nas unidades escolares.
Uma nova reunião de conciliação entre a Apeoesp e a Secretaria Estadual da Educação (Seduc), promovida pela Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) está prevista para ocorrer online por volta do dia 25 de maio. No mesmo dia, a categoria realizará um novo ato, na Praça da República.
A Apeoesp também articula um ato unificado com outras entidades do funcionalismo paulista, uma vez que o reajuste de 5% proposto pelo governo afeta também servidores públicos. A mobilização se posiciona ainda contra a privatização dos serviços públicos e a implementação de escolas cívico-militares, medida que vem sendo criticada por parte da comunidade escolar.
Para a deputada estadual Professora Bebel (PT), que também é segunda presidenta da Apeoesp, o reajuste apresentado pelo governo estadual é insuficiente. “Com a mobilização da categoria, conseguimos a proposta de 5% para todo o funcionalismo. No entanto, é insuficiente para recompor até mesmo nossas perdas mais recentes e garantir o poder de compra. Por isso nossa mobilização continua e vamos dialogar com os deputados para que seja feita a ampliação do reajuste. Na condição de deputada estadual apresentei emendas neste sentido”, afirma.
“Além disso, estive no Supremo Tribunal Federal na quinta-feira (08/05), conversando com o Ministro Cristiano Zanin, relator do processo que visa a aplicação dos reajustes do piso salarial nacional com repercussão em todos os níveis da carreira dos professores e conseguimos que fosse retirado da pauta para que a Apeoesp tenha a possibilidade de anexar memoriais e informações sobre os prejuízos que a atual forma de aplicação do piso no estado de São Paulo vem causando aos professores”, complementa a deputada.
A mobilização dos professores já garantiu avanços importantes. Um deles foi a criação de uma mesa permanente de negociação, já publicada no Diário Oficial. A Seduc também passou a realizar estudos técnicos para atribuição de aula – uma das principais queixas da categoria neste início de ano letivo.