A aprovação da Reforma Tributária, promulgada pelo Congresso Nacional, é uma das maiores preocupações e desafios para a economia nacional em 2024. É o que considera Valter Moura Júnior, presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo do Campo), que resume a reforma como um grande cenário de dúvidas ao empresariado de todos os portes e segmentos.
Ao RDtv, o presidente da Acisbec confessa já enxergar o cenário de incerteza nos empresários, em especial sobre alíquotas que estão previstas a serem implementadas e que podem travar futuras negociações. “A reforma tributária implicará, principalmente, na mudança de conjuntura de empresas e contribuintes, que agora terão que pagar mais tributos e com valores mais altos. Isso tem assustado”, afirma o empresário.
Após a pandemia da covid-19, o e-commerce ganhou força ao ser consolidado, o que também contribuiu na mudança de postura dos empresários e consumidores. “Houve avanço nessa questão de comprar na internet e retirar na loja, ou até mesmo receber em casa, e com isso, o pequeno empresário já precisou se adaptar e criar uma resistência para permanecer no mercado”, diz Moura Jr ao avaliar que apesar das pressões corriqueiras, quem não se adaptar “está fadado a não existir”.
Guerra fiscal
Além dos desafios de adaptação dos próprios negócios, a Acisbec projeta que a reforma tributária vai significar uma “guerra fiscal entre cidades”, sobretudo entre aquelas que vão investir na diminuição de tributação em cima do consumo. “O que vai acontecer é que a reforma fará com que os comerciantes trabalhem sob diminuição da margem de lucro e se beneficie sobre uma concorrência mínima, o que muitas vezes – e se não bem trabalhada – pode quebrar o comerciante”, afirma o presidente.
Para consolidar seu próprio negócio neste novo ano, Moura Jr explica que os comerciantes devem promover muitas campanhas de liquidação ao longo de todo o ano para mexer ainda mais no comércio, e assim, a questão da concorrência passará a acontecer não só entre municípios, mas também com a internet. “Teremos uma grande mudança, mas é importante entendermos que a reforma é política, de um estado maior que terá mais poder de barganha em cima de estados e municípios”, salienta.
Na tentativa de assistir de perto os empresários, a Acisbec reforça o compromisso de investir na modernização de comerciantes, via rodada de negócios e cafés, para que os comerciantes superem desafios e e mantenham seus próprios negócios sob pleno funcionamento.