Assim como em 2022, Enel e Sabesp seguem na liderança das empresas com o maior número de reclamações no Procon de Santo André. O cenário é considerado como preocupante pela diretora da entidade na cidade, Doroti Cavalini. Em entrevista ao RDtv desta quarta-feira (20/12), a especialista apontou outros dois setores que completam a lista das 10 empresas que mais irritaram os consumidores neste ano: comunicação e financeiro.
Para Doroti, a manutenção dos líderes do ranking por dois anos seguidos aponta uma preocupação devido a não melhora do atendimento aos clientes. “Nós tivemos a Enel no ano passado com aquele resquício da pandemia (do Covid-19) e que não teve a leitura (do relógio por algum tempo), que vários consumidores acabaram lesados”, iniciou.
“Nesse ano o Governo Federal acabou abrindo os dois programas de parcelamento, o Renegocia e o Desenrola. Tivemos uma procura grande da Enel para negociar os débitos e isso foi até positivo. Aí veio essa chuva do dia 3 de novembro, que tivemos toda essa situação que todo mundo acompanhou ou viveu e que novamente (os clientes) esbarraram com a Enel, com uma dificuldade muito grande de solucionar o problema dos consumidores”, seguiu Doroti.
Além da falta de resposta rápida, a diretora do Procon Santo André apontou a falta de respostas sobre as compensações financeiras para quem perdeu alimentos ou medicamentos durante os dias sem o fornecimento de energia elétrica, algo que também foi considerado grave. No caso da Sabesp, segue também a lista de reclamações sobre atendimento e informações, algo próximo do que ocorreu com a Enel.
Outros setores
Outros dois setores completam as 10 primeiras posições do ranking. O setor de comunicação conta com três empresas: Claro, Vivo e Tim. As reclamações seguem sendo sobre as dificuldades no atendimento.
Mas o que preocupa ainda mais é o setor financeiro. Bradesco, Bradescard, Itaú, Caixa Econômica Federal e BMG fecham o Top 10. Neste caso, o principal foco de reclamações são as fraudes em contas. Uso indevido de informações bancárias, compras realizadas por terceiros ou mesmo o desconto da aposentadoria para pagamento de mensalidades de associações sem o conhecimento do beneficiário.
“Estamos realizando um mutirão no calçadão da Oliveira Lima. Uma senhora nos abordou relatando que estavam descontando de sua aposentadoria R$ 95 mensais. O dinheiro segue para uma associação, porém, ela não conhece essa associação e ela dizia que ganhava tão pouco de aposentadoria que aqueles R$ 95 estavam fazendo falta”, relatou Doroti.
Nestes casos a principal dificuldade está com as instituições financeiras, que no relato da diretora do Procon Santo André, acabam rejeitando qualquer responsabilidade sobre tais situações. Porém, Doroti Cavalini indagou por diversas vezes sobre o fácil acesso às informações dos correntistas e beneficiários. Os dados são usados pelos estelionatários para cometer este tipo de crime.