Número de inadimplentes no ABC cresceu quase 9% em outubro

Pesquisa feita pela SPC Brasil e CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de São Caetano, divulgada com exclusividade pelo RD, revela que o número de inadimplentes residentes do ABC aumentou 8,82% em outubro na comparação com outubro de 2022. Já de setembro a outubro, o número de devedores do ABC cresceu 1,34%.

Cada consumidor negativado da região devia, em média, R$ 5.274,46 na soma de todas as dívidas. Os dados ainda mostram que 26,10% dos consumidores da região tinham dívidas de valor de até R$ 500, percentual que chega a 38,19% quando se fala de dívidas de até R$ 1 mil. Em entrevista ao RD Momento Econômico, o presidente da CDL, Alexandre Damásio, ressalta que os valores médios das dívidas não são muito elevados, como já visto em pesquisas anteriores e, isso se deve à falta de educação financeira da população do ABC.

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Foto: reprodução RDtv

Para Damásio, a falta de educação financeira é exatamente o que leva alguém a não ter sobras no fim do mês ou ter orçamento desorganizado. “Além disso, os consumidores precisam buscar ferramentas de orçamento doméstico, já que as pessoas não têm sido questionadoras e têm consumido de forma descontrolada, aumentando o volume de dívidas”, expõe.

Ano Novo

Se não bastassem junto às típicas resoluções que acompanham a chegada de um novo ano está, ainda, uma série de tributos e despesas que devem ser pagas, como o IPVA (Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores) e o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), que podem gerar dívidas. No ABC, o valor destas dívidas, somado com uma série de gastos neste fim de ano, deve causar aumento significativo na taxa de inadimplência na região.

Damásio destaca que nos três primeiros meses de 2024, o acumulado de inadimplência causada pelo programa Desenrola Brasil, criado pelo governo federal com objetivo de recuperar as condições de crédito de devedores que possuam dívidas negativadas, e a inadimplência causada pelos gastos no Natal, provocará uma ampliação no número de endividados.

“Para aquele varejista e comerciante que conseguir faturar bem neste fim de ano, terá de trabalhar neste primeiro trimestre no ano novo de maneira mais justa, para poder fazer valer e render o lucro do fim de 2023. Para os cidadãos, a recomendação é trocar sua dívida com opção que tenham os juros mais baratos e use o cartão de crédito no Natal de maneira inteligente, sem ultrapassar o limite do cartão e o do seu orçamento”, orienta.

Damásio diz, ainda, que apesar do fiasco no comércio nas últimas datas importantes, como o Dia das Crianças e a Black Friday, a tendência de compras para o Natal deverá surpreender os comerciantes da região.

“Socialmente, os grandes movimentos nas vendas estão atrelados a momentos afetivos, por isso o Dia das Mães, por exemplo, é uma época de recorde de vendas, e o Natal engloba todos esses momentos afetivos em um. Então, se alguém não conseguiu dar um presente ‘bom’ nas datas comemorativas anteriores, no Natal será a chance de recompensar esse ‘deslize’ e, por isso, neste ano deverá movimentar de maneira muito positiva o comércio”, conta.

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