A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) estima que ao menos 50 mil professores tenham sido reprovados no concurso público promovido pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP), via Fundação Vunesp. A principal justificativa é a nota zerada na vídeo aula, etapa que a Apeoesp diz ser totalmente contra. Neste momento, os docentes aguardam respostas sobre os recursos aplicados, assim como o sindicato continua a pressionar a Secretaria de Educação.
Em entrevista ao RDtv, o professor Fabio Santos de Moraes, primeiro presidente da Apeoesp, comenta que desde o primeiro resultado do concurso os professores acionaram o sindicato para pedir explicação sobre as tantas reprovações, além de um pedido de revisão da prova em caráter emergencial e individual. A partir deste momento, a Apeoesp se mobilizou com os professores e, junto aos recursos individuais, entrou com ação coletiva com pedido de revisão para todos os docentes que entraram com recurso.
“Desde o primeiro instante fomos totalmente contrários a essa etapa da videoaula, achamos isso um verdadeiro absurdo”, diz o professor ao frisar que não há histórico, na Educação de São Paulo, de um concurso promovido com a necessidade desta etapa de videoaula em caráter classificatório. “Nenhum professor é obrigado a ser ‘youtuber’. Nossos concursos sempre foram compostos por etapas discursivas e objetivas e isso sempre foi suficiente para classificar os docentes”, afirma.
Professores devem iniciar 2024 ainda com contratos precários
Na percepção de Moraes, é possível que já no início do ano letivo, em 2024, a Secretaria de Educação convoque, inicialmente, os aprovados no concurso e, após isso, os docentes com contrato precário (categoria O). “O Estado fala em 15 mil professores com contrários precários (nem CLT, nem regime estatutário), mas sabemos que são, em média, 100 mil docentes nessa situação”, comenta.
Esta será outra luta a ser enfrentada pela Apeoesp: a regularização dos contratos precários. “Temos professores que atuam no Estado há, pelo menos, 20 ou 30 anos, e que seguem com contratos temporários. Nossa luta é para que cada um seja regularizado e chamado para atuar com as condições corretas no ano que vem”, afirma.