Pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Instituto Datafolha de 2022, aponta que um terço das mulheres brasileiras já sofreu algum episódio de violência física ou sexual pelo menos uma vez na vida. O estudo inclui todas as formas de violência contra as mulheres, desde xingamentos e ameaças até feminicídios e violências psicológicas. O triste índice escancara a necessidade de conscientizar e tornar o debate público, a questão da opressão sofrida pelas mulheres na sociedade. Inspiração para a Cia do Nó, o tema virou peça teatral, em ‘A Ciranda das Cinco Mulheres’, que está em cartaz somente neste sábado (4/11), às 20h, e domingo (5), às 19h, na rua Regente Feijó, 359, Vila Assunção, em Santo André.
Em entrevista ao RDtv, a atriz, dramaturga e uma das autoras da peça, Laura Batisaldo, explica que a história se passa em um ônibus onde uma das personagens da peça, a Luane, é assediada. Como forma de solidariedade, as quatro mulheres presentes no transporte, mostram apoio à vítima. “Aos poucos, conhecemos a história de cada personagens e o porque cada uma ficou para ajudar a Luane”, enfatiza. O espetáculo quer mostrar a questão da interiorização da violência da mulher, e de como isso pode resguardá-la. “Infelizmente muitas coisas são normalizadas, ainda, e muitas mulheres não percebem o que elas estão vivenciando, pode ser algum tipo de violência. Então a nossa peça engloba tudo isso”, diz.
No meio universitário
Além da violência, a peça aborda a questão da mulher no ambiente acadêmico, que na visão da atriz, dramaturga e uma das autoras da peça, Sabrina Uzeloto, é um meio que inferioriza a mulher. “Parece que tudo dentro de uma universidade é silenciado quando se trata da mulher. Então ao meu ver, somos apagadas, silenciadas e ninguém fala sobre”, diz.
Para Uzeloto, que interpreta a Luane, uma das formas de combater essa opressão é a conscientização. “O primeiro passo é a conscientização do tema nas universidades e fora dela também. Esse processo deveria ser mais universal em instituições de ensino superior”, comenta.
Identificação do público
Cada personagem possui sua própria história de vida, carrega consigo dores, medos e sonhos. A atriz e presidente da Cia do Nó, Renata Moré, frisa que umas das características do espetáculo é o envolvimento da mulher na trama. “A história dessas cinco mulheres são expostas na peça, e pode ter certeza que, de uma delas, nós podemos nos reconhecer”, explica. Laura Batisaldo reforça essa tese. “Na noite de estreia da peça, o público foi maior que nós esperávamos. Ao final do espetáculo, muitas pessoas vieram até nós emocionadas, falaram o quanto a peça tocou e que a forma que nós apresemos a mensagem foi muito emocionante”, acrescenta.
Serviço
A Ciranda das Cinco Mulheres
Quando: sábado (4/11), às 20h, e domingo (5/11), às 19h.
Onde: Teatro da Companhia do Nó (rua Regente Feijó, 359, A, Vila Assunção, em Santo André)
Ingressos: R$ 30 e R$ 15 (meia), na bilheteria do teatro
Faixa etária: 14 anos
Instagram: @ciadonodeteatro
Facebook: Cia do Nó