ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

Região elege conselheiros tutelares com maior presença nas urnas

Votação em Santo André. (Foto: Eduardo Merlino/PMSA)

No domingo (01/10) os eleitores do ABC foram às urnas e escolheram 75 conselheiros tutelares que vão zelar pelo cumprimento do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) no mandato de 2024 a 2027. Para quem já atua na área o desafio é identificar situações de abuso sexual de menores, e outros tipos de maus tratos, situações que só aumentaram desde a pandemia da covid-19 e mesmo depois da emergência mundial de saúde ainda continuam em alta. Apenas em Diadema a eleição foi suspensa, por problemas no funcionamento das urnas eletrônicas e os candidatos às 15 vagas continuam campanhas até o agendamento do pleito. A eleição deste ano também foi marcada por uma presença maior de eleitores, já que o voto não é obrigatório.

As cidades dividem suas áreas para a atuação dos conselhos, sendo que cada um tem cinco membros. Santo André, que é a única cidade da região que, à partir do próximo ano terá quatro conselhos tutelares. Os 20 eleitos são: Conselho Tutelar 1 (Camilla Adelaide Melito – 1.028 votos, Ingrid Limeira – 973 votos, Miriam de Paula – 889 votos, Aline Prado – 805 votos, Sonia Ferreira da Silva – 799 votos); Conselho Tutelar 2 (Fernanda dos Santos Gonçalves – 497 votos, Maria Alice dos Santos – 364 votos, Stefano Souza – 291 votos, Maria Helena – 287 votos, Andréia Fernandez – 282 votos); Consleho Tutelar 3 (Aline Sousa da Silva – 691 votos, Isabella Rosseto – 607 votos, Maria Aparecida Corsi – 510 votos, Joyce Cibelle Virginia Santos – 281 votos, Mitchel Moura – 278 votos); Conselho Tutelar 4 (Igor Arcassa – 878 votos, Eliana de Souza Fernandes – 865 votos, Mercia Aparecida Scarpino – 706 votos, Aline Ramos – 586 votos, Rosilene Mantovani – 585 votos). Na eleição passada, compareceram às urnas cerca de 18 mil eleitores, neste ano foram mais de 20 mil, uma alta de mais de 11%.

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Em Mauá a presença nas urnas foi 41% maior do que em 2019. Na cidade foram 67 candidatos para 15 vagas, distribuídas nos três conselhos regionais do município. Ao todo foram computados os votos de 32.444 eleitores, contra 23.061 sufrágios o pleito anterior. A cidade tem três conselhos tutelares no CT I foram eleitos: Amanda Lopes – 2.483 votos, Gleisy Xavier – 1.101 votos, Lais Benedito- 1.063, Elisabete da Silva Paula – 942 e Cínthia Pereira – 825). O Conselho II teve como eleitos Ercília da Escola- 2.025 votos, Vilma Souza – 1.095 votos, Quedma Félix – 1.015, Tathi Vieira- 917 e Raphael Bezerra – 769. E por fim o conselho III de Mauá será composto por: Lilian Pereira Dias – 1.418, Bruninho do Oratório, 1.63 votos, Clea Oliveira – 1.005, Fátima Miguel – 884 votos e Viviane Araújo – 735 votos.

Em São Caetano, compareceram aos locais de votação 3.929 eleitores, contra 2.550 em 2019, alta de 54%. Os conselheiros tutelares eleitos são Viviane Alves Pereira, com 605 votos ou 15,40% dos válidos; Fabrício Chan da Silva, com 501 votos ou 12,75%; Rosemeire Moreno de Souza, com 473 votos ou 12,04%; Ana Paula Ferreira Dias, com 435 votos ou 11,07% e Lilian Iniesta, com 396 votos ou 10,08%.

Em São Bernardo 22.003 pessoas compareceram às sessões de votação o que corresponde a 3% do eleitorado da cidade. Para o CT I foram eleitos Francisco Rumão- 1.534 votos, Vera do Carmo – 1.071, Ilacir Chagas – 756, votos, Sérgio Casonatto – 714 votos e Paulo Inácio, com 377 votos. O conselho II teve como eleitos; Fabiana Bibi- 1.613 votos, Professora Eleni- 975 votos, Lourdes Veronesi – 901, Carol – 865 votos, Jean Valadares- 680 votos e Márcia Nascimento – 580. O conselho III elegeu Cleudiana Cleu – 859 votos, Celia Marina – 803 votos, Thiago Gonzaga – 777, Micheline- 758 votos e Cibele Laurencia – 619 votos.

Em Ribeirão Pires foram eleitos Selma dos Santos Costa (579 votos), Lucimara dos Santos Silva (357 votos), Ângela Alves de Lima (355 votos), Maria Aparecida Costa Cordeiro (283 votos) e Patrícia Aparecida Policastro (283 votos). E em Rio Grande da Serra tomam posse em janeiro Adelino Ferreira da Silva Júnior – 557 votos, Tatiane Cristina Ferreira – 318, Fabiana de Souza Paulo – 317, Gislaine Gripina dos Santos Santana- 305 e Edvánia Monteiro de Andrade que teve 175 sufrágios.

Desafio é diagnosticar e tirar as crianças de situações de risco cada vez mais comuns

A pandemia da covid-19 hoje está controlada com a vacinação, mas seus efeitos continuam a destruir famílias, isso porque a violência doméstica aumentou durante o período afetando mulheres e também os filhos menores de idade. Lilian Pereira, atual conselheira tutelar em Mauá e reeleita para mais um mandato disse que a experiência deste primeiro período à frente do atendimento de crianças e adolescentes foi de surpresa e preparação para o trabalho.

“Estudar o estatuto é fazer valer a lei. Eu não tinha a noção do grau de vulnerabilidade e o nível de violação de direitos. Os anos de 2020 e 2021, em razão da pandemia da covid-19, foram os mais difíceis, pois as situações de violência aumentaram muito”, explica Lilian.

A conselheira tutelar diz que também ficaram muito frequentes casos da violência psicológica entre adolescentes e também foi grande o impacto dos massacres que ocorreram nas escolas. “As crianças presenciaram muita coisa ruim na pandemia, por isso os pais, os colegas e os professores devem observar se essa criança ficou mais quieta, isolada ou irritada. O conselho tutelar possui uma parceria muito importante com as escolas estaduais e municipais na conscientização das famílias também”, diz Lilian.

O preparo técnico e também psicológico faz parte da rotina do conselheiro tutelar. “Eu quero continuar a fazer valer a lei do Estatuto da Criança e do Adolescente e permanecer firme. Isso para mim não é apenas um trabalho, é uma missão, porque nós fazemos a diferença na vida dessas pessoas. O nosso desafio é saber onde estão as vítimas, tirar as crianças dos abusadores, porque uma criança abusada é refém do abusador”, completa.

Consórcio Intermunicipal dará curso de formação para os conselheiros

Assim como foi feito após a última eleição, em 2019, os conselheiros tutelares eleitos no ABC passarão pela formação regional, ministrada pela Escola de Governo e Desenvolvimento Regional do Consórcio Intermunicipal do ABC.  “O objetivo é qualificar a ação técnica dos Conselheiros Tutelares para garantir a proteção integral de crianças e adolescentes, promovendo interlocução permanente e ampliada com a rede de serviços, em especial, frente às demandas surgidas no âmbito pós pandemia”, detalha o órgão regional, em nota.

A formação será composta por 19 aulas com temas independentes entre si, sendo uma por semana. Cada aula terá a duração de três horas, perfazendo um total de 57 horas de curso. Dentro desta capacitação, serão abordados temas como legislação e o funcionamento dos Conselhos Tutelares; história da criança e adolescente no Brasil e seus marcos legais, situação de rua, trabalho infantil, entre outros temas.

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