ABC - terça-feira , 30 de abril de 2024

‘Tínhamos que cortar energia trafegando na rede’, diz diretor-geral do ONS, sobre apagão

O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, defendeu a atuação da entidade na sequência do apagão do último dia 15 de agosto. Então, houve cortes pontuais da energia que trafegava na rede para posterior correção.

“Tínhamos que cortar energia trafegando na rede. Em eventos de grandes proporções, o ONS tem prerrogativa de operação mais conservadora”, disse Ciocchi.

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Segundo o chefe do ONS, o apagão chegou a cortar 34% da carga do Brasil naquele dia.

Ciocchi falou nesta terça-feira, 29, em audiência pública conjunta nas comissões de Minas e Energia e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.

Apesar disso, afirmou, não há como atribuir culpa a fontes geradoras e agentes. Mais cedo, ele afirmou que houve uma abertura de linha que causou uma interrupção que não foi compensada a contento e gerou uma espécie de efeito dominó com uma série de ocorrências no sistema. “Estamos garantindo que a operação atenda 100% da demanda do Brasil de forma segura. Não há como neste momento atribuir culpas a fontes e agentes. Ao analisar dados da ocorrência identificamos que não estavam compatíveis. O ONS está empenhado em resolver todas essas questões”, disse.

Recuperação do apagão

Segundo Ciocchi, o apagão dividiu o sistema brasileiro em três regiões: Norte, Nordeste e uma terceira, incluindo as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. No caso desta última, ele disse que a recuperação veio em menos tempo porque as “barreiras de proteção” agiram de forma correta.

Já no Nordeste, reconheceu, a recuperação demorou mais tempo, cerca de três horas, com perda de até 50% na carga que alimentava a região. O Norte, disse Ciocchi, teve blecaute quase total, com iguais dificuldades para o restabelecimento da oferta de energia.

Defesa das renováveis

Ciocchi também disse que a diversidade de fontes impõe complexidade à operação do sistema elétrico, mas não deve ser encarada como um problema, e sim como vantagem competitiva do País.

“Esse crescimento de energia eólica e solar às vezes aparece na imprensa como um problema (devido à intermitência). Eu afirmo que isso não é problema nem no Brasil nem no mundo. É, sim, uma grande vantagem comparativa que o Brasil tem de aproveitar, vantagens que temos no Nordeste e no norte de Minas”, comentou Ciocchi.

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