Greve dos trabalhadores das Fatecs e Etecs vai atingir unidades do ABC

Sindicato espera repetir a adesão obtida na greve de advertência ocorrida em junho deste ano. (Foto: Divulgação Sinteps)

Começa nesta terça-feira (08/08) a greve dos trabalhadores das Fatecs (Faculdades de Tecnologia) e das Etecs (Escolas Técnicas) que fazem parte do Centro Paula Souza, do governo do Estado. No ABC já há confirmações de participação nas unidades Jorge Street, em São Caetano; Lauro Gomes, em São Bernardo, e na Júlio de Mesquita, em Santo André, e se espera participação de trabalhadores de Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. O Sinteps (Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza) definiu pela greve em assembleia realizada no dia 02/08, e reivindica a recuperação de perdas salariais acumuladas desde 2014, a preservação de uma escola do Centro Paula Souza, a valorização da categoria e o pagamento do bônus integral.

Segundo a categoria não há diálogo com a equipe do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) que apesar de ter concedido reajuste superiores a 20% para as carreiras policiais, para os educadores do Centro Paula Souza foi oferecido aumento de 6%. “Isso não cobre nem a inflação do período”, destaca a diretora do Sinteps, Neusa Santana Alves, que cuida da mobilização da categoria no ABC. Segundo a sindicalista a categoria acumula perdas de 53%, uma defasagem salarial que vem se acumulando desde 2014. “Tivemos um reajuste de 7% em 2018, depois 10% em 2022 e agora ofereceram 6% e foi só isso que tivemos nesse período. Quando foi necessário, durante a pandemia abrimos mão de quinquênios que tínhamos direito porque entendemos a necessidade urgente do Estado. Agora quando anunciaram aumentos de até 30% para a polícia a gente esperava um reajuste melhor que não veio, aí cortaram também o bônus pela metade e o pior é que não tem como negociar, para o governo tudo é não. Isso não é uma negociação, é um monólogo”.

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Segundo Neusa, no ABC o Centro Paula Souza tem cerca de 600 trabalhadores entre professores e auxiliares. O Sinteps tem feito reuniões nas unidades da região e, segundo a diretora, as declaradas adesões ao movimento grevista chegam a 50%. Ela não descarta a possibilidade de que algumas unidades da região parem completamente por conta dos funcionários em greve. “O ABC tem tradição de grande mobilização, na última paralisação a Fatec Lauro Gomes teve 100% de adesão, a Jorge Street e na Júlio Mesquita tiveram 80% de apoio ao movimento. A greve geralmente começa com uma adesão pequena e vai crescendo, é um processo de construção”.

A diretora sindical estima que 15 mil estudantes frequentem as unidades do Centro Paula Souza no ABC. Para que eles entendam a paralisação e também a comunidade o Sinteps distribuiu uma Carta Aberta em que explica os motivos da greve. O sindicato também quer sensibilizar os políticos da região a apoiarem a greve. “Queremos buscar esse apoio político de prefeitos e vereadores, porque toda a cidade quer ter uma Fatec ou uma Etec porque é um ensino de qualidade, porém essa qualidade é garantida também pelo empenho dos servidores e é por isso que pedimos esse apoio”, diz Neusa Santana Alves.

Os atos dos grevistas serão concentrados na Capital, na rua dos Andradas onde fica a administração do Centro Paula Souza. Os funcionários são convocados para irem aos pontos de concentração em São Paulo. No ABC não estão previstos atos ou manifestações.

O RD indagou ao Centro Paula Souza sobre como será o procedimento durante a greve, se o ponto dos trabalhadores grevistas será cortado e ainda se há possibilidade de negociação do índice de reajuste. Em nota, a instituição disse que tomará as medidas necessárias para que os alunos não sejam prejudicados. “O Centro Paula Souza trabalha para valorizar os servidores da instituição. A Bonificação por Resultados, referente ao ano de 2022, por exemplo, já foi publicada no Diário Oficial do Estado e será o paga até outubro, podendo ser antecipada para setembro. A atual gestão, já em seu primeiro ano de governo, concedeu um reajuste acima de inflação para os servidores públicos. O estudo para o novo Plano de Carreiras dos servidores do CPS está em andamento e contava, até o dia 23 de junho, com a participação de representantes do sindicato, que optaram por se desligar do grupo de trabalho. A proposta do novo plano de carreira será encaminhada às instâncias responsáveis pela sua análise até setembro, e as contribuições do Centro Paula Souza serão avaliadas. A Instituição adotará todas as medidas necessárias para garantir que os estudantes não sejam prejudicados em uma eventual paralisação da categoria”, diz o comunicado.

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