ABC - terça-feira , 30 de abril de 2024

Natação terá categoria aberta para nadadores transgêneros: ‘Nosso esporte deve ser para todos’

A polêmica sobre a participação de atletas transgêneros nas provas de natação está perto de chegar ao fim. De acordo com Husain Al-Musallam, presidente da World Aquatics (responsável por administrar as competições internacionais), uma “categoria aberta” está sendo criada para beneficiar a todos após veto imposto em 2022.

Desde o ano passado que a discussão está na mesa da entidade. A World Aquatics havia proibido a participação de atletas transexuais em grandes eventos visando a “proteção e a justiça” nas competições femininas de natação. A Federação Internacional de Natação (Fina) foi a favor das restrições. Depois de estudos e de protestos, contudo, as regras serão mudadas em breve.

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“Nosso esporte deve ser aberto a todos”, disse Al-Musallam no Congresso Mundial de Esportes Aquáticos realizado na cidade de Fukuoka, onde ocorreu a disputa do Mundial de Esportes Aquáticos. O discurso é um mea-culpa do dirigente4, reconhecendo que não agiu bem no caso.

O dirigente não definiu como será a nova modalidade e quando ela começará a figurar no calendário mundial. Mas relatórios indicam que será ainda em 2023. “É um tópico muito complexo, mas tenho o prazer de dizer que estamos fazendo planos para a primeira prova de uma categoria aberta e esperamos poder confirmar todos os detalhes em breve.”

A World Aquatics mudou sua maneira de pensar sobre os atletas transgêneros após a entidades incitarem na criação de ligas somente para mulheres por causa da imposição fisiológica dos homens, pregando justiça. “Era muito importante protegermos a competição justa para nossas atletas femininas”, admitiu Al-Musallam. “Mas você já me ouviu dizer muitas vezes que não deve haver discriminação. Ninguém deve ser excluído de nossas competições.”

Lia Thomas vem se destacando no circuito desde 2021 com resultados surpreendentes, o que deu início às questões se as atletas transgêneros deviam competir entre as mulheres. A americana chegou a subir sozinho no pódio na temporada passada. Com o crescimento dos atletas trans na modalidade, a criação da “categoria aberta” seria uma maneira de a World Aquatics equiparar forças e deixar a disputa equilibrada.

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