Como pensar uma cidade projetando três décadas à frente? Escutando a cidade. A resposta é do prefeito Paulo Serra e faz parte do programa Santo André 500 anos, que inclui investimento inicial para elaboração de um apurado diagnóstico sobre a vida e aspirações dos cidadãos.
Paulo Serra se diz preparado para enfrentar o desafio de construir um colchão de ações para pavimentar um futuro promissor para Santo André e atribui a tranquilidade quanto ao sucesso dessa empreitada ao fato de antes ter arrumado a casa.
“Temos uma cidade organizada e o presente que agora queremos dar a ela é poder pensar e falar do futuro”, diz Paulo Serra, ao reconhecer, entretanto, que nem todos os gargalos foram vencidos, pois as expectativas de uma cidade complexa sempre se renovam.
Paulo Serra destaca a redução de 80% da dívida de Santo André como mola propulsora para a volta da credibilidade necessária para atrair mais de R$ 2,5 bilhões aplicados em obras públicas e privadas em curso.
Paralelamente está entre as maiores preocupações do prefeito manter o programa Santo André 500 anos permanentemente moderno. Serra aponta a necessidade de gatilhos, como saída para revisões a cada período a ser avaliado e definido a partir dos resultados do diagnóstico da cidade, lançado em abril de 2023 e que será entregue em abril de 2024.
Emprego e Habitação
Em linhas gerais, o conceito de cidade para a Santo André do futuro a ser construído é levar o emprego para onde tem habitação e levar habitação para perto do emprego, algo seguido por grandes cidades que têm se reinventado.
Mas Paulo Serra admite que nem sempre essa transferência será possível em todas as regiões de Santo André. “Tudo passa pela discussão do Plano Diretor, e vamos apresentar soluções em todas as áreas de planejamento estratégico, sabemos onde estão os gargalos da mobilidade urbana, por exemplo, e que outros vão surgir”, ressalta.
Onde o ser humano vai se encaixar nisso tudo? Na visão do prefeito, toda obra ou programa só faz sentido se impactar na vida do morador, melhorar o seu dia a dia. Serra aponta desigualdades que fazem com que cada um enxergue a cidade à sua maneira e afirma que trabalhar com a complexidade social faz parte do pacote. “Nosso grande trunfo é que as pessoas se reconectaram com Santo André, essa é uma grande marca, a questão do orgulho e do pertencimento, e é por isso que o programa tem grande chance de dar certo”, completa.