O arcabouço fiscal virou o tema do momento da economia. O mecanismo apresentado pelo Ministério da Fazenda para conseguir garantir investimentos ao mesmo tempo manter as contas públicas em dia tem causado debates e preocupações. Por parte do setor de serviços, o problema é como aumento de impostos. Ao RDtv nesta segunda-feira (17/04), o presidente do Sehal (Sindicato das Empresas de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC), Beto Moreira, apontou a falta de contrapartida caso tenha de pagar mais tributos.
Segundo Moreira, a expectativa é que o modelo apresentado pelo ministro Fernando Haddad possa fazer com que o setor de serviços pague o triplo de impostos em relação ao atual cenário. E como o setor é responsável por 70% dos empregos e 60% do PIB (Produto Interno Bruto), a preocupação com o arcabouço cresceu nas últimas semanas.
“O pequeno empregador ou o empregador médio vai aceitar a mudança até porque não tem muito o que fazer, infelizmente, a mudança virá. Agora, seria bom se, por exemplo, tirasse a desoneração da folha de pagamento. Com a desoneração da folha de pagamento as coisas ficam mais fáceis. Agora, aumentar imposto e não ter contrapartida vai ser realmente complicado”, disse.
Atualmente a lei sobre desoneração da folha de pagamento funciona para 17 setores e será finalizada em 31 de dezembro de 2023. Para Beto Moreira, já que pode ocorrer uma mudança em definitivo na área fiscal, então a medida deveria também ter caráter definitivo para que fosse aceita por todo o setor de serviços.
Para conseguir ter voz nessa situação, Beto Moreira quer aproveitar o crescimento da bancada do ABC tanto na Câmara Federal quanto na Assembleia Legislativa para conseguir emplacar o tema e assim fazer com que seu setor seja ouvido.
Primeiro trimestre e Dia das Mães
Questionado sobre o primeiro trimestre de 2023, Beto Moreira considera que foi um período de recuperação. Houve um leve aquecimento devido a demanda represada do período pandêmico, porém, ainda abaixo do período anterior ao da pandemia da covid-19. Nos buffets, o empresário aponta que o que é realizado nos últimos meses são eventos já agendados anteriormente e que não foram realizados na data marcada devido as medidas de restrições.
Agora fica a esperança para que ocorra um avanço nos próximos meses, principalmente levando em conta algumas datas especiais, como o Dia das Mães, considerado por Moreira como o segundo Natal para o setor de bares e restaurantes.