ABC - quinta-feira , 8 de maio de 2025

Criança espera um ano para fazer uma ressonância magnética no Mário Covas

A família da pequena Alice Silva Nascimento, de 6 anos de idade, aguarda desde fevereiro do ano passado por uma ressonância magnética de crânio, que foi pedida com status de urgência pelo neurologista para tentar fechar o diagnóstico da criança que tem algumas dificuldades para andar e para falar. O Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, alegou à família que a máquina de ressonância estava quebrada. A mãe Stephanie Silva Cesário disse que a falta do exame impede o fechamento do diagnóstico da criança e, por consequência, seu acesso ao benefício previsto na Loas (Lei Orgânica da Assistência Social) e ao transporte especial para escola e terapias.

A família é de Diadema e não conseguiu mais manter a sequência de diagnósticos no plano de saúde. “Nós percebemos um atraso quando a Alice tinha perto dos dois anos de idade, na primeira escolinha dela. Desde então a gente tenta fechar esse diagnóstico. Primeiro foi pelo convênio, depois, por falta de condições financeiras, não conseguimos dar sequência ao tratamento. No ano passado consegui que ela fosse encaminhada pela UBS (Unidade Básica de Saúde) da Vila Conceição, ao Hospital Mário Covas, no ano passado. Lá o neurologista pediu para repetir a ressonância com urgência e que ela seria feita no próprio hospital, mas como a máquina estava quebrada nunca marcaram. Disseram que o nome da minha filha estava na Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), mas isso já tem um ano e nada”, relatou a mãe.

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Os problemas enfrentados pela pequena Alice não se restringem ao serviço de saúde do Estado, no município, onde ela faz outros tipos de acompanhamento há problemas. Também faz quase um ano que a criança está com pedido para passar com um geneticista, outro profissional que poderá fechar o diagnóstico. “A gente precisa desse diagnóstico, para o tratamento dela e para conseguir o transporte também. Ela tinha a van do Estado, mas como ela foi para a primeira série em uma escola do município acabou perdendo”, lamenta Stephanie.

Prefeitura se manifesta

Pelo menos da parte do município já há uma esperança. A Prefeitura diz que conseguiu especialista geneticista para atender a criança no próximo dia 27. “A menor está em acompanhamento na Atenção Básica, na Atenção Especializada municipal e na Atenção Especializada de Alta Complexidade do Estado, além de estar inserida na Rede Lucy Montoro. A última consulta na rede municipal aconteceu recentemente no neurologista do Quarteirão da Saúde. Em relação ao exame diagnóstico, esclarecemos que a usuária já realizou uma ressonância magnética anteriormente e, diante de novo pedido médico com solicitação de realizar o exame sob sedação, o município entrou em contato com o governo do Estado e foi informado sobre a existência de fila de espera em que a mesma já está inserida, aguardando a regulação e disponibilidade da vaga. Ainda em contato com o governo do Estado, o município conseguiu garantir uma vaga de avaliação genética para o próximo dia 27 de fevereiro, às 13h30, no Hospital São Paulo. A unidade de referência fará o contato para as devidas orientações”, informa a prefeitura.

Já sobre o transporte especial a família será orientada sobre como obter o benefício. “A Secretaria Municipal de Saúde esclarece ainda que não há pedido de transporte sanitário. O responsável pela menor será orientado sobre o assunto na próxima consulta que acontece na UBS Parque Real, no dia 15 de fevereiro”, informa a administração.

Hospital manda esperar mais

O RD indagou a Secretaria Estadual de Saúde sobre a situação da demora de um ano para a realização da ressonância magnética no Hospital Mário Covas. Também foi perguntado se o equipamento continua quebrado conforme alegaram os funcionários à mãe da paciente. A resposta foi que o equipamento está em funcionamento e pede para a família aguardar agenda disponível. “A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que a Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross) está acompanhando o caso da paciente para realização de exame de ressonância magnética com sedação. Assim que houver o agendamento a unidade de saúde entrará em contato para comunicar a família da paciente. Vale destacar que, no momento, o Hospital Mário Covas conta com equipamento para realização de ressonância magnética em funcionamento”.

Nesta quarta-feira (08/02) em novo posicionamento a SES informou que já há agendamento para a ressonância de Aline. “A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informa que a paciente A.S.N. tem exame de ressonância magnética com sedação agendado para este mês no Hospital Regional de Osasco “Dr. Vivaldo Martins Simões”. A unidade entrará em contato com a família para comunicar do agendamento”.

Enquanto a situação não se define por conta da demora pelo exame, Alice se desenvolve com dificuldade, mas mesmo assim é uma criança alegre. “Ela anda só segurando nas coisas ou apoiada na gente. Agora está começando a falar algumas coisas, muito pouco, mas compreende tudo que a gente fala”, relata a mãe. A dificuldade da família é grande, pois Stephanie tem outras duas crianças pequenas, um de três anos e outro de 11 meses de vida.

 

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