Ibovespa cai 0,84%, aos 110,9 mil pontos, mas avança 1,79% na semana

O Ibovespa emendou o segundo dia de perdas apesar da relativa recuperação em parte das ações do setor de varejo, pressionadas no dia anterior pela revelação, na noite da quarta-feira(11), da inconsistência contábil de R$ 20 bilhões em Americanas, o que afetou também as ações do setor financeiro, esta sexta, 13, ainda majoritariamente em desempenho negativo na sessão. Na semana, contudo, o Ibovespa conseguiu acumular ganho de 1,79%, vindo de perda de 0,70% no primeiro intervalo do ano. Em 2023, o índice da B3 acumula ganho de 1,08%, tendo passado ao positivo na terça-feira, 10.

Hoje, cedeu 0,84%, aos 110.916,08 pontos, entre mínima de 110.427,64 e máxima de 111.846,71, saindo de abertura aos 111.843,47, quase igual ao pico do dia. Fraco, o giro financeiro desta sexta-feira ficou em R$ 20,7 bilhões.

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“O Ibovespa vinha de seis altas nesse começo de ano, em bom rali, mas houve uma contaminação, ontem, do caso Americanas, inclusive em bancos. Nos Estados Unidos, a inflação tem dado sinais auspiciosos, em nível mais brando, o que favorece emergentes como o Brasil, com a reabertura da China sendo outro fator favorável. O plano do Haddad, focado em aumento de arrecadação, mas também com corte de gastos, foi bem recebido pelo mercado, embora sem euforia, mesmo com a indicação, muito otimista, de que se pretende zerar o déficit (primário)”, diz Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master.

Nesta sexta-feira, as ações de Americanas – que permaneceram em leilão ao longo da maior parte da sessão anterior, em que cederam 77% – subiram hoje 15,81%, também passando por leilões em parte do dia. “Apesar de ter abdicado da posição, o ex-CEO (da Americanas) Sergio Rial segue orientando a diretoria interina na tomada de decisões. E isso se reflete nas ações da empresa na Bolsa, em forte alta após a queda de ontem, com a percepção de que os papéis estão muito baratos, o que atrai os investidores mais arrojados”, diz Acilio Marinello, coordenador do MBA em Digital Banking da Trevisan Escola de Negócios.

Os bancos credores da Americanas concordaram em rolar a dívida da companhia, para evitar que ela quebre e gere efeito cascata tanto no sistema financeiro quanto no varejo. Mas condicionam que a empresa faça uma capitalização rapidamente, que deve se dar por meio da emissão de ações, em uma oferta de alguns bilhões de reais. O martelo sobre a oferta pode ser batido ainda nesta sexta-feira, reportam os jornalistas Altamiro Silva Junior e Matheus Piovesana, do Broadcast.

Rial se encontrou ontem, 12, com o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), João Pedro Nascimento, e outros representantes da reguladora do mercado de capitais, conforme apurou o Broadcast, no Rio. A autarquia já abriu três processos para apurar o caso da inconsistência contábil.

Logo abaixo de Americanas na sessão, destaque ainda para Magazine Luiza (+7,52%), que mostrou resiliência ontem ao fechar em alta, na ponta do Ibovespa como hoje, logo à frente de Minerva (+4,67%) e de Carrefour Brasil (+2,50%) nesta sexta-feira. No lado oposto do Ibovespa, BRF (-6,54%), Alpargatas (-6,13%) e CVC (-5,93%).

Entre as blue chips, apesar de o petróleo ter subido mais de 1% na sessão com o leve enfraquecimento do dólar no exterior e os dados da balança comercial na China, o dia foi moderadamente negativo para Petrobras, em baixa de 0,22% (ON) e de 0,24% (PN) no fechamento. Vale ON operou perto da estabilidade e encerrou dia com ganho de 0,09%, enquanto os bancos se mantiveram em ajuste negativo nesta sexta-feira (BTG -2,93%, Itaú PN -0,50%, Bradesco PN -0,33%, Unit do Santander -1,94%), à exceção de BB ON (+0,22%) e de Bradesco ON (+0,38%), entre as maiores instituições.

O índice de consumo (ICON) fechou o dia ainda em baixa de 1,56%, enquanto o de materiais básicos (IMAT) teve leve ganho de 0,13% na sessão.

O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira mostra um cenário não muito diferente daquele que foi registrado na semana passada. Desta vez, os participantes indicaram ligeira redução no otimismo com o desempenho do Ibovespa para a próxima semana, ao mesmo tempo em que as perspectivas negativas aumentaram. Na pesquisa encerrada hoje, a estimativa de alta para o Ibovespa ficou em 40%, contra 44,4% na semana passada. As previsões de estabilidade recuaram de 33,3% para 30% agora. E 30% dos respondentes desta semana apontaram queda para o Ibovespa na semana adiante, enquanto esse porcentual havia ficado em 22,2% na semana passada.

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