‘A quem ama o belo jogo, é o dia que nunca queríamos que viesse’, diz Infantino

O presidente da Fifa deve vir para o Brasil para se despedir de Pelé. O velório o Rei do Futebol será na segunda-feira, na Vila Belmiro, em Santos. Nesta quinta-feira, Gianni Infantino prestou uma bela e emocionante homenagem ao eterno camisa 10 brasileiro, morto aos 82 anos após luta contra o câncer de cólon.

“Hoje, todos nós lamentamos a perda da presença física do nosso querido Pelé, mas ele alcançou a imortalidade há muito tempo e por isso estará conosco por toda a eternidade”, afirmou Infantino. “Para todos que amam o belo jogo, este é o dia que nunca queríamos que viesse. O dia em que perdemos Pelé.”

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Entre as lembranças do dirigente, falas sobre gols e lances brilhantes nas Copas. “O Rei foi único em muitos aspectos. O único jogador a ter vencido a Copa do Mundo da Fifa três vezes e sua habilidade e imaginação eram incomparáveis. Pelé fez coisas que nenhum outro jogador sequer sonharia, como o famoso drible de corpo na semifinal da Copa do Mundo Fifa de 1970 (diante do Uruguai, no qual passa pelo goleiro sem tocar na bola, mas bate para fora), que ficou conhecido como o ‘Pelé correndo em volta'”, disse Infantino.

Entre as tantas recordações, a primeira final, em 1958 (5 a 2 sobre a Suécia), não poderia passar em branco na homenagem de Infantino. “O gol que ele marcou na final da Copa do Mundo de 1958 aos 17 anos, quando passou a bola por cima de um zagueiro e chutou de voleio para a rede… A visão dele socando o ar em comemoração é uma das mais icônicas do nosso esporte e está gravada em nossa história”, afirmou. “Na verdade, como o futebol televisionado ainda estava em sua infância na época, vimos apenas pequenos vislumbres do que ele era capaz. Mais importante ainda, o rei subiu ao trono com um sorriso no rosto.”

Infantino lembrou que o futebol era brutal naquela época e que Pelé frequentemente recebia tratamento rude dos adversários. Não havia punição e o camisa 10 por vezes era caçado em campo com entradas desleais e violentas.

“Embora soubesse se defender, foi sempre um desportista exemplar, com um respeito genuíno pelos adversários. Tive o grande privilégio de conhecê-lo várias vezes. Em 2016, já como presidente da Fifa, estivemos lado a lado na estreia do filme de Pelé, que me fez lembrar de quando sentei ao lado do meu pai em 1981 quando ele me trouxe para assistir “Fuga para a Vitória” em que Pelé estrelou ao lado de Silvester Stallone e outros atores famosos”, lembrou.

“Eu tinha 11 anos e meu pai me dizia que Pelé era um grande jogador. O gol fantástico que marcou naquele filme foi a única forma, naquele momento, de vislumbrar as suas incríveis habilidades”, disse o dirigente.

“Os momentos passados com ele ficarão para sempre na minha memória e no meu coração. Pelé tinha uma presença magnética e, quando você estava com ele, o resto do mundo parava”, afirmou. “Sua vida é mais do que futebol. Ele mudou as percepções para melhor no Brasil, na América do Sul e no mundo. Seu legado é impossível de resumir em palavras. Aos familiares e amigos, à CBF, ao Brasil e a todos os torcedores que tanto o amavam, expresso minhas sinceras condolências.”

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