
Nesta quarta-feira (02/11) é Dia de Finados. A data, que movimenta bastante o mercado de flores, tem sido afetada desde o último domingo (31). Vias expressas de todo País começaram a ser interditadas por caminhoneiros insatisfeitos com o resultado da eleição, o que levou a paralisação e atraso na entrega de carregamentos também de flores.
A projeção inicial dos floristas era de que, este ano houvesse uma elevação nas vendas entre 10% a 15%, entretanto, com as paralisações, a projeção é que o mercado tenha prejuízo nas vendas.
Fábio Vezza De Benedetto, engenheiro-agrônomo na Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), explica que os comerciantes do setor foram pegos de surpresa. “Por se tratar de um produto perecível, eles não conseguiram chegar ao local de compra de flores antes da paralisação. A situação é frustrante, pois era um bom movimento esperado na região e agora o estrago provavelmente será muito grande”, afirma.
O agrônomo diz que, por hora, é difícil mensurar o prejuízo para o comércio de flores, pois a próxima feira reservada para venda destes produtos está programada para ocorrer apenas na sexta-feira (4/11), após o feriado. “O Dia de Finados tinha caído em um ótimo dia para os comerciantes se organizarem, mas com a paralisação já não adianta mais”, salienta Benedetto ao lembrar, ainda, que até o momento somente metade dos caminhões (30 carros) chegou com carregamento de flores para abastecer os comerciantes para Finados.
Reajuste
Apesar dos impactos diretos, alguns comerciantes conseguiram abastecer as lojas antes dos bloqueios tomarem grandes proporções. É o caso da Floricultura Cristina Flores. Segundo a gerente, Celina Soares, mesmo com as prateleiras preenchidas, a loja está em alerta para a próxima semana. “Os preços na casa variam de R$ 22 a R$ 70, mas caso a paralisação continue, teremos de reajustar o preço dos produtos”, diz.
A expectativa de Celina é que, com o Dia de Finados, haja um crescimento de, pelo menos, 10% nas vendas em relação ao mesmo período do ano passado. Para a data a comerciante conta as flores mais procuradas, que são crisântemos, girassóis e flores para plantio.
Gilberto Gomes, da Floricultura Flor de Liz, situada na divisa entre Diadema e São Paulo, diz que o protesto dos caminhoneiros não deve afetar só os comerciantes, mas também outras áreas. “Isso (manifestação) acaba por agravar muitos setores, pois nossa distribuição é por intermédio da malha rodoviária”, diz. “É importante que isso abra os olhos dos governantes, para um maior investimento na malha ferroviária, a fim de impedir esse tipo de problema”, reforça.