Para combater a disseminação de notícias falsas no Brasil e no mundo, a jornalista, educadora, docente na Escola da Indústria Criativa da USCS (Universidade de São Caetano do Sul) e CEO do Educar para Ser Grande, Sandhra Cabral, acredita que é necessário investir na educação midiática a partir da educação básica, e não apenas no ensino superior. Segundo a professora, a educação midiática nada mais é do que o conjunto de habilidades para acessar, analisar, criar e participar de maneira crítica do ambiente informacional e midiático em todos os seus formatos, dos impressos aos digitais.
Sandhra explica que esta forma de educação é transversal a todas as disciplinas, e não apenas na área da comunicação. “A professora pode incluir na aula dela, por meio das atividades que oferece para as crianças, a informação sobre como deve ser feita uma pesquisa na internet e que é necessário checar todas as informações que são fornecidas. Um site de busca te dá tudo aquilo que está na internet e, como existem fake news na rede, a informação pode não ser verdadeira”, expõe.
A docente conta que na Escola da Indústria Criativa da USCS, os estudantes já entendem quais são os riscos da propagação de fake news e como cuidar para não acreditar em qualquer fonte de informação. “A dica primordial que damos aos alunos é de duvidar de tudo que chegue até você, isto porque, muitas vezes, as pessoas não tiveram orientação de como a informação é feita. A partir do momento que ensinamos isso para o aluno, a pessoa vai entender porque é necessário duvidar de tudo”, explicita.
Sandhra reforça que o crescimento das redes sociais e da possibilidade de criação de conteúdo feita pelo grande público, a disseminação intencional e não intencional de notícias falsas teve grande aumento nos últimos anos. “Em muitos casos, as pessoas não tem costume de ser crítica no momento que uma notícia chega até ela e acaba compartilhando informação falsa sem intenção. Existem também aqueles que, principalmente em época de eleição, produzem fake news intencionalmente, no intuito de prejudicar o candidato oponente”, afirma.
A professora alerta que grupos de Whatsapp são um dos maiores disseminadores de notícias falsas atualmente, em razão da facilidade de envio. “Hoje em dia, é muito simples criar uma notícia que não traz fatos verdadeiros, muitas vezes até vídeos que são falsos. Por isso reforço que, é de extrema importância questionar e duvidar de todas as notícias e informações que você recebe, principalmente enviadas pelo Whatsapp”, finaliza.