Com intuito de reduzir as festas clandestinas durante o feriadão que se estende até domingo (4/4), foi proibida a venda de bebidas alcoólicas em dois municípios do ABC (São Caetano e Rio Grande da Serra), inclusive pelos meios de drive-thru e delivery, medida esta que tem desagradado o supermercadistas da região. Em entrevista ao RDtv, o coordenador de Relações Institucionais da Associação Paulista de Supermercados (APAS), Rodrigo Marinheiro, defende que a restrição não soluciona os impactos da pandemia.
Para Marinheiro, a categoria está à favor de todas as medidas tomadas até agora pelo governo para diminuir os reflexos da covid-19, no entanto, segundo ele, serviços essenciais não podem parar de funcionar. “Somos a favor de tudo que é decidido pelo governo no que se diz respeito ao combate a pandemia, mas não faz sentido brecarem o serviço essencial e, ainda por cima, restringirem a venda de bebidas alcoólicas. Isso não altera em absolutamente nada no agravamento da doença”, defende.
Segundo o coordenador da APAS, a proibição da venda de bebidas alcoólicas em supermercados tende a favorecer o crime organizado e pode trazer resultados negativos para a região. “Enquanto fortalecemos um lado que ninguém quer, liberamos para o contrabando de bebidas, porque sabemos que as pessoas não vão deixar de consumir, ainda que seja um produto clandestino. Por isso não faz sentido essa proibição”, explica.
Na terça-feira (30/3), o juiz Danniel Adriano Araldi Martins, da 1ª Vara de Ribeirão Pires, deferiu mandado de segurança da APAS (Associação Paulista de Supermercados) e assim como São Bernardo, mercados e supermercados ganharam a autorização para a venda de bebidas alcoólicas. Com a decisão, Ribeirão, Santo André, São Bernardo, Mauá e Diadema estão autorizadas a vender bebidas alcoólicas.
Treinamento
No período de pandemia e de isolamento social, Rodrigo explica que os comerciantes e supermercadistas têm recebido treinamento intensivo, via webinar – webconferências com intuito educacional contra a pandemia. “Não deixamos de passar orientações para todos os supermercados com todos os critérios básicos para proteção de funcionários e clientes. Isso é uma condição básica e um trabalho continuo”, diz o coordenador ao lembrar, ainda, que os protocolos de segurança como uso intensificado de álcool em gel, aferição de temperatura e higienização de prateleiras seguem sendo respeitado nas redes de supermercado.
Crescimento de 4% nas vendas
As vendas reais do setor de supermercados na região cresceram 4% em 2020, segundo a APAS. “O auxílio emergencial mudou os rumos da economia no ano passado e nos ajudaram bastante com esse crescimento, apesar de ter sido uma alta tímida e cautelosa”, explica o coordenador.
Para este ano, a projeção é que a alta permaneça na faixa ou seja ainda mais alta, de acordo com a pandemia. “Queremos crescer ainda mais este ano para podermos gerar mais emprego”, enfatiza. Somente no ano passado foram abertas 18 mil vagas de emprego no setor, enquanto colaboradores do grupo de risco foram afastados por conta da pandemia.