O presidente da FCDLESP (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo), Maurício Stainoff, anunciou que vai bater na porta do governador João Doria (PSDB) na terça-feira (16/03) para apresentar uma pauta de reivindicações dos lojistas, que inclui a prorrogação do prazo para o pagamento dos impostos, e a abertura de crédito, através do Desenvolve São Paulo, com juros suportáveis pelos comerciantes e prazo de carência de pelo menos seis meses para começar a pagar.
A agenda com o governo ainda não está fechada. Segundo Stainoff, a federação realizou nesta sexta-feira (12/03) em uma reunião de emergência todos os representantes das CDLs do Estado para discutir a proposta. “Criamos um grupo que vai começar a preparar uma série de demandas e na terça-feira vamos buscar uma reunião com a Casa Civil para reiterar nossas propostas que pedem ajuda à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, sendo que as ofertas de crédito sejam ampliadas para que ele (comerciante) possa suportar esse período. Mesmo com quando a pandemia acabar, a retomada da economia vai demorar; primeiro tem que ter confiança para ver se não vai ter encolhimento da economia para voltar a investir e gerar novos empregos. O que as empresas precisam neste momento é de dinheiro para saldar suas dívidas para negociar com fornecedores, proprietários dos imóveis e pagar os impostos”, diz.
“Com a prorrogação dos impostos os lojistas vão ter uma sobrevida para que possam pagar, com taxa de juros adequadas, e se recuperarem até a economia voltar a sua normalidade. Quanto ao crédito vamos pedir carência de seis meses para e com taxa de juro que seja adequada a capacidade de pagamento dessas empresas”, diz Stainoff.
O capital de giro seria fomentado com o prazo para o pagamento dos impostos dilatado e um crédito acessível, avalia. Stainoff afirma que o maior problema das pequenas empresas, que correspondem a 98% do comércio em geral é o capital de giro, o caixa. Em 2020 muitas empresas estavam com baixo caixa, mas boa parte conseguiu sobreviver. “Tivemos também a suspensão dos contratos de trabalho, da redução da jornada, enfim, tivemos um apoio do governo, esse ano a situação é pior, além das restrições serem muito mais severas, mais duras, as empresas estão sem caixa, e não conseguem pagar as contas, quando isso acontece você fecha, quebra, vai a falência, que é o caso de milhares de empresas no Brasil”.
No Brasil, no ano passado, o saldo de lojas entre as que abriram e as que fecharam foi de menos 75 mil lojas. No Estado, 20 mil lojas fecharam, sendo que 99% são micro e pequenas empresas. “Uma pequena loja é o emprego do dono e da família, quando ela fecha todo mundo está desempregado. No Estado foram fechados, só nas lojas, cerca de 10 mil postos de trabalho”, calcula Stainoff. “Vamos preparar o documento neste fim de semana e na segunda-feira (15) tentar a agenda, quem sabe já para terça-feira (16/03) para levar algo com consistência e que traga impacto positivo para o varejo”, afirma.