O ex-sindicalista e hoje deputado federal, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André, Cícero Martinha, participaram do RDTv desta quinta-feira (30/04) para falarem sobre o Dia do Trabalhador, mas acabaram tecendo muitas críticas ao governo federal.
“Tenho recebido muitos relatos de empresas do ABC que estão demitindo, principalmente do comércio, mas outros segmentos também. Ao final da crise o nosso trabalhador, como preveem os economistas, vai ficar mais pobre. Os empresários se aproveitam para precarizar ainda mais o direito do trabalhador”, disse Vicentinho para depois completar com estudo do professor da USCS (Universidade Municipal de São Caetano do Sul) Jefferson José da Conceição, que mostra que mais de 50% dos trabalhadores do ABC já não é da economia formal. “Isso é muito sério”, ilustra o deputado.
Martinha engrossou o coro contra os governos Michel Temer (PMDB) e Jair Bolsonaro (sem partido). “Tivemos uma reforma nefasta da Previdência que é uma maneira de acabar com a previdência pública e o trabalhador já vai percebendo isso. Tivemos conquistas nos últimos 20 anos, como a redução da jornada e a melhoria da qualidade de vida do trabalhador”, relatou para depois criticar aqueles que defendem o fim do isolamento. “Falam muito que tem que voltar a trabalhar, ué de repente a força de trabalho ficou tão importante, há pouco tempo diziam que as máquinas faziam tudo. Um momento como esse é até importante para sabermos o papel que temos na sociedade, até do movimento sindical, dos movimentos sociais, do poder público, dos políticos e do STF”, comentou.
Vicentinho comentou como a crise do econômica provocada pelo novo coronavírus está movimentando o Congresso. “Nossa discussão quando se permitiu essa redução momentânea do salário, foi que fosse garantido o emprego. Estamos muito preocupados com o futuro. Hoje estive com o vice-governador de São Paulo (Rodrigo Garcia) falamos sobre como seria a retomada do comercio a partir do dia 11. Todos sabem da minha divergência com os tucanos, mas o governo do estado tem agido corretamente. A pandemia está chegando a periferia. com mais quantidade de gente e o risco é muito maior, porque não essas pessoas não têm convênio. Por isso semana que vem vamos votar um projeto para garantir que na hora da fila os hospitais privados não têm atender as pessoas independente de convênio. Não podemos escolher quem vai morrer e quem não vai”.
Em Santo André e região o sindicato dos metalúrgicos já fez 116 acordos individuais para dar garantia para os trabalhadores mesmo com redução de salário. Hoje empresas fazem o que quer, na nossa região estão respeitando o sindicato, porque ameaçamos ir para a Justiça”. Já em Brasília Vicentinho disse que se aproxima o momento para votar o impedimento de Bolsonaro. “Com ele não dá mais, já temos 34 pedidos e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) está preparando outro. Temos que ter tolerância e respeito, com os grupos que pensam diferente, mas com Bolsonaro não dá”, concluiu.
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