Com muitos estabelecimentos fechados ou na tentativa de se reinventarem para não morrer, em virtude da pandemia da Covid-19, o caixa do micro e pequeno empresário ameaça ficar no vermelho. Um conselho é fazer rápido um planejamento financeiro, porque não se sabe quando a crise vai acabar e as contas deverão ser pagas logo mais. A observação é de Luciano Sangoi, presidente da cooperativa de crédito Sicoob Grande ABC, durante entrevista ao canal RDtv.
Sangoi ressalta que é importante observar o comportamento do consumidor do segmento que a empresa atua, porque vai mudar, bem como qual o impacto pós-crise. “Tudo que se sabe agora são especulações”, alerta. Segundo o dirigente, é preciso se certificar de que as linhas de crédito oferecidas pelo governo e bancos são, de fato, interessantes para a empresa, afirma. A liquidez oferecida pelo governo, comenta, tem como responsáveis os bancos e cooperativas de crédito. E existe receio deste mercado financeiro de emprestar dinheiro. “Por isso, as instituições agora analisam mais os pedidos de empréstimo, observam a garantia, a necessidade e orientam o empresário a não buscar crédito, porque a conta vai aparecer”, conta.
Glauco Cruz, presidente do Conselho Administrativo do Sicoob, lembra que o governo tomou algumas medidas, principalmente sobre a folha, como a liberação do pagamento de até dois salários mínimos por funcionário. O BNDES entrou com 85% e 15% as instituições financeiras com recursos próprios. Porém, todo o custeio com empréstimo e até inadimplência são da instituição financeira, diz. O governo obriga ter a taxa de 3,75% ao ano, mas na medida provisória diz que as cooperativas de crédito e as instituições financeiras não são obrigadas a emprestar, com isso deixou a análise de crédito para cada instituição. “E sabe-se que as pequenas empresas não têm tanta gordura financeira. É uma ajuda, mas lá na frente pode dar problema”, acredita.
Golpes na praça
Sangoi ainda comenta que o empresário tem de saber que a oferta de crédito não tem sido feita ativamente pelo mercado financeiro, que está apenas receptivo. “Então, o empresário tem de tomar cuidado, pois existem golpes na praça”, adverte o presidente do Sicoob, que revisou as taxas de juros para atender cada cooperado individualmente, de 0,8% e 0,9% ao mês, de acordo com a classificação de risco. Mas nenhuma ação é feita com isenção de parcelas ou de impostos, tudo é prorrogado, impostos ou empréstimos. Por isso, continua, é preciso separar pessoa física da jurídica.
Com 1, 8 mil cooperados e no mercado há 14 anos, o Scicoob Grande ABC opera neste momento por aplicativos e com todos os profissionais remotamente. A agência principal, dentro do Shoppinho Santo André, se encontra fechada por causa da pandemia. Mas dia 3 maio ganha novo endereço, na avenida Dom Pedro II. Além de Santo André, a cooperativa está presente em Ribeirão Pires, São Bernardo. Santo André.
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