A Polícia Civil marcou para quinta-feira (12/03) a reconstituição do crime que vitimou o casal Homoyuki e Flaviana Gonçalves e o filho do casal Juan Victor. Os acusados do crime – a filha mais velha das vítimas Ana Flávia; a companheira dela Carina Ramos; os irmãos Jonathan e Juliano Ramos, primos de Carina, e Guilherme Ramos – devem participar da encenação do crime. Tanto a polícia quanto a defesa dos réus tem interesse neste procedimento para entender a cronologia do crime e estabelecer quem fez o quê exatamente.
O crime aconteceu no dia 28 de janeiro. Os corpos das três vítimas foram encontrados no porta-malas do carro da família que fora incendiado na Estrada do Montanhão, em São Bernardo. Ana Flávia e Carina foram as primeiras a serem presas. Inicialmente elas negaram a participação nos crimes, depois mudaram a versão, confessando o roubo, mas sustentam não terem planejado as mortes. Jonathan, Juliano e Guilherme dizem que as mortes foram ordenadas pelas duas.
Durante os depoimentos os acusados deram versões diferentes sobre as mortes. Primeiro que Flaviana saiu dirigindo o Jeep Compass da família com os corpos de marido e filho no porta-malas, depois que Carina teria dirigido o veículo. No depoimento mais recente de Jonathan, que teve trechos vazando para a imprensa, a versão é de que Carina executou a família na casa por asfixia. Com a reconstituição a polícia terá elementos para apontar contradições.
Para o advogado que defende Carina e Ana Flávia, Sebastião Siqueira, o procedimento da Polícia já era aguardado a algum tempo. “O importante é buscar o fato ocorrido e punir quem quer que seja”, resumiu. A advogada Alessandra Jirardi, que representa Jonathan e Juliano, disse que a reconstituição vai ajudar a estabelecer a culpa de cada um no crime. “É importante para sabermos a dinâmica dos fatos, quem matou, onde foi e quem cometeu. Todo mundo está confessando, mas a lei diz que cada um só pode ser responsabilizado e penalizado na medida da sua conduta”, analisa.
A defensora dos irmãos presos também aguarda decisão do Judiciário sobre pedido de colaboração premiada, para atenuar a pena que seus clientes podem receber se forem condenados. Ela promete, em troca, entregar um objeto que teria sido utilizado no crime. Ela não diz se é uma arma de fogo ou objeto usado para ferir as vítimas.