Esta quinta-feira, 8 de agosto, é o Dia Nacional de Combate ao Colesterol, doença que provocou 358 mil mortes no Brasil, em 2017, de acordo com dados do DataSUS. Por isto, a Socesp (Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo) integra a campanha nacional com o foco de alertar a população sobre as causas da doença.
O colesterol é uma doença crônica desenvolvida por tempo de exposição. Quanto mais tempo a pessoa se expor aos meios que alimentam o colesterol alto, como sedentarismo, estresse e má alimentação, maiores serão as chances de desenvolver a doença.
Carla Lantieri, cardiologista e presidente da Socesp ABCDM, aponta que o colesterol contribui para o entupimento das veias que ligam coração, cérebro e membros do corpo. “Com o colesterol alto, as chances de termos infarto ou AVC (Acidente Vascular Cerebral) são maiores”, alerta a especialista.
A cardiologista ainda explica que o colesterol HDL, considerado bom, deve ter nível superior a 40 mg/dl, enquanto o colesterol ruim, o LDL, deve ter taxa abaixo de 130 mg/dl. “O colesterol é necessário, mas o excesso é prejudicial e a vida moderna contribui para o aumento dele, pois as pessoas deixam de cuidar de aspectos relevantes para a saúde”, ressalta.
Segundo a especialista , a alimentação saudável e a prática de atividades físicas influenciam na melhoria dos índices. “Claro que há o fator genético, mas podemos incentivar a prática de atividade física desde criança e evitar a introdução de certos alimentos, como industrializados, bolacha recheada e refrigerante, o que já evita 80% das doenças. Com isso, o tempo de exposição ao colesterol será menor”, explica.
A médica recomenda o consumo de alimentos in natura. “Consumir este tipo de alimento é a melhor opção porque escolhemos a quantidade e com o que preparamos. Quanto às carnes, devemos evitar as gordurosas. O ideal é consumir frango e peixe, que são mais saudáveis. Já os ultra processados praticamente deixam de ser alimentos e se tornam um composto de produtos conservantes e gorduras”, compara.
Veja abaixo lista de vilões e aliados do colesterol:
Vilões
Bombom: o bombom é uma versão de chocolate com pouquíssimo cacau e muitos ingredientes, dentre eles gorduras adicionadas – principalmente gordura hidrogenada – trans, que é a mais aterogênica.
Carnes gordas: a gordura animal está intimamente ligada com o aumento de colesterol e formação de placas de aterosclerose, pois é rica em gorduras saturadas.
Manteiga: fonte exclusiva de gorduras saturadas de origem animal. Altamente aterogênica.
Creme de leite: mesmos princípios da manteiga.
Nuggets: são empanados, pré-fritos em gordura vegetal hidrogenada, a mais aterogênica de todas as gorduras presentes em alimentos industrializados.
Aliados
Abacate: rico em gorduras monoinsaturadas. De acordo com estudo publicado pela American Heart Association, substituir fontes de gorduras saturadas por abacate pode reduzir em até 13- 14 mg/dl o colesterol total e a LDL.
Aveia: rica em fibras solúveis e betaglucano, já é amplamente reconhecida como coadjuvante, pois atua em nível intestinal, diminuindo a absorção de gorduras, por meio do aumento da velocidade do fluxo intestinal, devido à característica para formação de gel. Mas a melhor versão está no farelo de aveia, que contém maior teor em fibras.
Azeite de oliva extra virgem: alimento base da dieta do mediterrâneo, rico em ácidos graxos monoinsaturados e outros compostos também antioxidantes. Se substituir gorduras saturadas, promove redução nas taxas de colesterol não-HDL, isto é, melhora a relação entre colesterol bom e ruim, favorecendo o bom.
Cereais integrais: devido ao conteúdo de fibras e vitaminas, estão também associados ao menor risco de aterosclerose, atuando como a aveia, por meio da redução na absorção de gorduras durante a digestão dos alimentos. Também promovem mais saciedade, de modo a reduzir o volume total de ingestão alimentar.
Frutas vermelhas: ricas em polifenóis, são conhecidas pela ação antioxidante capaz de reduzir as alterações decorrentes da oxidação das LDL, que nesta forma são mais aterogênicas.