No combate ao Aedes aegypti governo intensifica alertas contra chikungunya

Na Semana Estadual de Mobilização Social contra o mosquito, governo alerta para aumento de casos e de mortes (Foto: Divulgação)

Entre as três doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, a chikungunya é a que se destaca por causar dores intensas capazes de gerar incapacidade por um período prolongado. Em diversas situações, pacientes infectados descrevem desconfortos em todo o corpo e podem desenvolver complicações crônicas que se assemelham às doenças reumáticas.

Nesta Semana Estadual de Mobilização Social contra o Aedes aegypti, a Secretaria de Estado da Saúde alerta a população a procurar assistência médica imediatamente após o aparecimento de sintomas como febre, dores no corpo ou manchas avermelhadas para prevenir possíveis complicações.

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Até o dia 1º de dezembro, o Estado de São Paulo registrou 2.167 casos confirmados de chikungunya, contra 893 no mesmo período de 2022, o que representa um aumento de 142%. No mesmo período, 12 pessoas morreram pela doença. No ano passado, não houve óbito. Entre as principais formas de prevenção para eliminar criadouros do mosquito transmissor da doença estão manter ambientes livres de acúmulo de água, usar inseticidas em locais estratégicos para reduzir a população de mosquitos adultos e monitorar de forma regular áreas propensas à proliferação do mosquito.

‘Chikungunya é muito pior que dengue’

“Eu não conseguia tomar banho porque sentia dor com a água do chuveiro caindo no corpo. Também sofria para escovar os dentes, porque doía a minha mandíbula. Andava pela casa me arrastando porque as tiras do chinelo também machucavam. A dor era em todos os lugares que vocês podem imaginar, a ponto de ir ao banheiro e não conseguir levantar sozinha do vaso”, relata Débora Alves, de 63 anos.

A enfermeira, que mora na Baixada Santista, foi diagnosticada com chikungunya em janeiro de 2020, cerca de 10 dias após o início do primeiro sintoma que foi febre. “No começo parecia que eu estava com gripe”, conta. Da confirmação da doença ao término das dores foram cinco meses corridos. O acompanhamento foi feito por um médico reumatologista, que iniciou tratamento medicamentoso. “Eu tive dengue três vezes. A chikungunya é muito pior, porque os sintomas demoram a passar. A gente tem de ter cuidado, porque todo mundo acha que não vai acontecer na nossa casa, mas acontece e esse tipo de doença mata”, diz Débora.

Além das dores nas articulações e febre, pacientes infectados por chikungunya podem apresentar dores de cabeça, manchas avermelhadas pelo corpo e fadiga. A professora Mariana Pereira, de 39 anos, que mora em Presidente Prudente, apresentou os primeiros sintomas em fevereiro de 2021, no verão, período em que aumenta o risco de proliferação do Aedes aegypti. “Eu e a minha mãe tivemos juntas. Foi bem sacrificante. No início tivemos muitas dores no corpo, nas articulações, cansaço e febre, mas conforme o tempo passava as dores só aumentavam e ficava bem difícil para andar, sentar ou levantar. Nós não ficamos com nenhuma sequela porque conseguimos fazer repouso e tomamos os remédios, mas mesmo assim demoramos 4 meses para ficarmos boas”, lembrou.

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