Externo negativo e correção atingem Ibovespa, que perde os 103 mil pontos

Uma mistura de realização de lucros e de tom negativo das bolsas internacionais explica, conforme operadores, a queda do Ibovespa nesta manhã de sexta-feira, 5, que já perdeu o nível dos 103 mil pontos. O dado do mercado de trabalho norte-americano de junho mostrou mais vagas que o esperado, enquanto salário médio no país subiu abaixo do previsto.

Depois da valorização da véspera em reação ao avanço na reforma da Previdência, o Ibovespa à vista passa por uma correção. “É normal se ocorrer queda, depois da esticada do Ibovespa. Lá fora, algumas bolsas estão no pico histórico. É razoável eventual recuo depois do que ocorreu”, avalia o economista Silvio Campos Neto, da Tendências Consultoria Integrada. Na quinta, o Ibovespa subiu 1,56%, os 103.636,17 pontos, nível recorde. Às 10h39, o Ibovespa caía 0,89%, aos 102.716,82 pontos. Mais cedo, chegou a operar na máxima aos 103.628,28 pontos.

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Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença DTVM, pondera que o cenário continua positivo para a bolsa. Conforme ele, apesar de algumas alterações de ultima hora feitas no texto da reforma previdenciária, o processo transcorreu conforme o esperado. “Foi aprovada com folga”, diz. Foram 36 votos a favor e 13 contrários.

Monteiro cita como exemplo o destaque da proposta da Comissão Especial, que devolve benefício ao setor rural e deve tirar R$ 84 bilhões da Previdência. Com isso, a economia estimada que era de R$ 1,071 trilhão cai a R$ 987,5 bilhões. “O importante é aguardar para ver como será o processo no plenário, se a proposta será ainda mais desidratada”, afirma.

Conforme Campos Neto, a redução na economia fiscal esperada após aprovação dos destaques à reforma é irrelevante para o mercado. “O problema são as despesas. O que importa é o corte de despesa, aumento de imposto nesse caso não tem nada a ver com Previdência, não melhora a dinâmica da despesa. “Se houver desidratação do corte de despesas, aí sim o mercado vai reagir mal.”

Após ser aprovada na Comissão Especial, a proposta de emenda à Constituição (PEC) segue para o plenário da Câmara, onde terá de passar por dois turnos de votação e necessitará do apoio de ao menos 308 dos 513 deputados. Depois, se aprovada, vai para o Senado.

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