O BRT (Bus Rapid Transit) foi definido pelo governo do Estado como o modal para a linha 18-Bronze, em substituição ao monotrilho. Em entrevista ao canal RDtv, nesta quinta-feira (4), o arquiteto e urbanista Flaminio Fichmann e o engenheiro e professor do Instituto Mauá de Tecnologia, Fábio Bordin, acreditam que o novo projeto a ser apresentado deve levar em conta a rapidez no transporte e os demais modais, sem atrapalhar o fluxo de veículos, principalmente nos cruzamentos.
Uma das principais dúvidas dos internautas que participaram do debate é como os ônibus elétricos que vão passar pela linha vão conseguir fazer para seguir sem parar em semáforos e ao mesmo tempo não atrapalhar os demais veículos (carros, motos e ônibus) nos cruzamentos.
“Não há nenhum interesse em atrapalhar o tráfego da região, nós temos que respeitar o tráfego geral. O BRT, se tiver um investimento adequado, nós temos de parar com essa pãodurisse e achar que é igual uma linha de ônibus, e pensar que é coisa de pobre e podemos investir se necessário para fazer uma obra de arte, e essa obra de arte pode ser um túnel que na minha visão pode ser uma grande solução (sic)”, explicou Fichmann.
O arquiteto afirma que essa interface é talvez o grande pênalti que temos com a conversão dos modais. “Hoje você vê que grande parte da população do ABC acaba acessando a (rodovia) Anchieta para chegar a São Paulo. Temos de pensar na forma de fazer com que esse fluxo seja rápido e todos possam ter um acesso veloz em todos os sentidos”, completou Bordin.
Outra preocupação é com as enchentes, pois o traçado passará por áreas que sofrem com as inundações em dias de chuva forte. Os especialistas afirmaram que nem mesmo o monotrilho seria uma solução destes problemas, pois apesar de operar em um trilho elevado, a população passaria a ter problemas para acessar por causa das cheias dos rios e córregos que passam por Santo André, São Bernardo e São Caetano. Neste caso, aguardam que obras sejam feitas para compensar tal situação.
O secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Alexandre Baldy, vai apresentar no próximo dia 6 de agosto, em visita a sede do Consórcio Intermunicipal Grande ABC, em Santo André, o projeto do BRT que sofrerá uma alteração em relação ao trajeto que seria utilizado na proposta de monotrilho, fazendo com que o novo modal chegue até o Paço de São Bernardo e não na estação Djalma Dutra, ainda na região central da cidade.
Outra definição são os custos. O BRT terá R$ 680 milhões de investimentos e 18 meses de obra, diferente do monotrilho que custaria R$ 5,7 bilhões e seria construído em quatro anos. Nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes ainda não se sabe qual será o formato da obra, mas a vontade é de que a intervenção seja bancada pela iniciativa privada por meio de PPP (parceria público-privada) ou MIP (manifestação de interesse privado).