Uma semana após sessão da Câmara de Santo André que registrou agressões e invasão do plenário, o líder do governo, vereador Fábio Lopes (Cidadania) ainda não apresentou à polícia as informações que avalia necessárias para a apuração da autoria das agressões. Pelo menos quatro boletins de ocorrência foram relacionados à sessão em que se votava projeto de lei que concede os serviços de água e esgoto do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) para a Sabesp, que acabou aprovado.
Para Lopes as imagens devem mostrar não somente quem cometeu as agressões, mas quem estava organizando. Vereadores governistas chegaram a pontar parlamentares oposicionistas como autores da organização de protesto. “As pessoas que incitaram e que participaram também tem uma parcela de responsabilidade e precisam ser colocadas como co-autoras. Se a polícia chegar à conclusão de que houve a participação dos vereadores, aí é com a Polícia. Eu quero que se apure os fatos e verifique quem são os responsáveis”, disse Lopes.
Um dos parlamentares que chegou a ser apontado como quem trouxe várias pessoas à Câmara, Wagner Lima (PT) preferiu não comentar o assunto.
Sobre não ter ainda feito a apresentação dos vídeos e documentos à polícia, Lopes justificou os prazos regimentais da Câmara. “Temos um prazo fixo que é de 15 dias uteis. Esse é o prazo que a presidência tem de cumprir os requerimentos dos vereadores. Eu estou fazendo um pedido, juntando a documentação, os vídeos, para que a polícia apure os fatos e faça o indiciamento. Aquilo que aconteceu foi algo absurdo, muito feio para o Legislativo andreense”.
A polícia investiga a agressão sofrida Célia Regina Cesar, que foi agredida durante a sessão e prestou queixa. Na última quinta-feira (13/06), dois dias depois do ocorrido ela voltou à Câmara e falou sobre o ocorrido na Tribuna. “Não pensem os senhores que as dores físicas são piores que o sentimento de impotência que tive no momento em que estava sendo pisoteada naquele canto ali (apontando para o centro da galeria) por vândalos, bandidos do qual me pisaram sem dó. Teve alguns (não citados) que falaram aqui hoje ‘tinha que tá até morta, então não apanhou tanto’, isso eu ouvi de alguns que estão por aqui”, disse. (Colaborou Leandro Amaral)