ABC na mira da Polícia Federal

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É interessante e curioso observar a movimentação e o volume de investigações comandadas pela PF (Polícia Federal). A Operação Lava-Jato, por exemplo, que está na 51ª fase, certamente é a mais emblemática e bem-sucedida. Já são pouco mais de quatro anos de atividades que resultaram em 160 pessoas condenadas em 1ª Instância e ao menos 77 em 2ª Instância. A operação também teve como resultado um fato inédito, a condenação e prisão de um ex-presidente, Luiz Inácio Lula Silva.

Mas esta semana, porém, o alvo da PF atingiu duas cidades do ABC, Mauá e São Bernardo, com à Operação Prato Feito, que investiga esquemas de fraudes nos serviços de merenda escolar. Mais uma vez políticos são acusados de atos ilícitos, com desvio de recursos públicos, uma vergonha.

Em Mauá o caso é mais grave e resultou na prisão do prefeito de Mauá, Atila Jacomussi (PSB), e do secretário de Governo e Transportes, João Gaspar (PCdoB) na quarta-feira (9). Ambos seguem detidos na sede da PF, já que a decisão pela liberdade agora depende do TRF-3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região).

O chefe do Executivo mauaense foi detido por suspeita de lavagem de dinheiro, e flagrado com R$ 87 mil não declarados e em espécie na sua residência. O mesmo ocorreu com Gaspar, porém, em quantia consideravelmente superior, R$ 588,4 mil.

Em São Bernardo, o advogado Carlos Roberto Maciel, pediu exoneração do cargo de secretário da Coordenadoria de Assuntos Governamentais de São Bernardo e renunciou à presidência da Fundação do ABC (FUABC), após ser envolvido em suspeitas de direcionamento em uma licitação para contratação de uma empresa também ligada a merendas. Apesar da gravidade do fato, a administração comandada pelo prefeito Orlando Morando (PSDB), afirma que se trata de contratos de licitação ocorridos na gestão anterior.

A população não suporta mais tanto escândalo, já passou da hora dos gestores públicos tratarem do dinheiro público com respeito e levarem as coisas com a seriedade merecida.