Causa de boa parte da polêmica em torno da “indústria das multas”, o radar móvel não será mais utilizado em Santo André. Pelo menos é o que garantiu o prefeito Paulo Serra (PSDB) em vídeo divulgado pelas redes sociais. A atitude do tucano sugere retomar o debate em torno da utilização do tipo de equipamento para a fiscalização do trânsito.
O radar, por incrível que pareça, tem a sua função pedagógica para manter uma determinada ordem no trânsito e de certa forma impor que as leis em relação ao limite de velocidade sejam respeitadas. Porém, o equipamento móvel, colocado como surpresa, apenas faz com que o motorista se irrite mais e cometa os mesmos cometam erros, que resultam em multas.
Segundo levantamento feito pelo RD, Santo André é o município que mais arrecadou com multas no ABC. Foram, até esta quarta-feira (10), R$ 23,5 milhões neste ano, sendo que o projetado na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2017 é de R$ 35,7 milhões.
A forma em que o trânsito é fiscalizado no Brasil deve ser discutida sempre. Podemos melhorar e sempre temos de melhorar. E é essencial que a questão dos radares seja resolvida. Sabemos que as arrecadações dos municípios estão baixas, mas as multas não podem ser usadas para compensar isso de alguma forma.
Radar é instrumento de fiscalização, multa é de punição quando se ultrapassa o limite das regras, mas ambos não podem ser usados como instrumentos de uma fábrica que no fim das contas não educa os condutores. Também resta fiscalizar a atitude de Serra e saber se os radares fixos não vão compensar a falta dos equipamentos que serão retirados.