O prefeito de Santo André, Paulo Serra (PSDB), terá um grande desafio pela frente quanto ao deficitário sistema de transporte municipal. E, para isso, terá de meter a mão em um vespeiro, onde há claramente conflitos de interesses entre empresários, muitas vezes em detrimento do mais importante: a qualidade ao usuário, que já paga a cara tarifa de R$ 4,20 por viagem.
Não se trata apenas definir, por meio de processo licitatório, a futura empresa que assumirá de vez as 15 linhas e qualificar o sistema tronco-alimentador do lote da vila Luzita. A necessidade de transformação igualmente engloba as 35 linhas geridas pelo consórcio União Santo André, que também sofrem constantemente com atrasos e ônibus sem manutenção devida para garantir o conforto ao passageiro.
Muitos ônibus em Santo André ainda não têm acessibilidade para pessoas com restrição de mobilidade, como cadeirantes, e para usuário com deficiência visual acompanhado de seu cão-guia. O acesso gratuito à internet pouco se encontra nos coletivos da cidade, a maioria desprovida da terceira porta, para facilitar o desembarque de passageiros em casos de lotação nos horários de pico.
Ou seja, o caminho para Santo André ter um sistema de transporte coletivo de qualidade é logo e, naturalmente, não se pode cobrar uma transformação dessas em apenas cinco meses de governo de Paulo Serra.
No entanto, esse estudo para identificar as deficiências do setor e a licitação do lote da vila Luzita é decisivo para mostrar à população se essa gestão vai de fato melhorar o atendimentos nos ônibus, ou a exemplo dos prefeitos anteriores, ficar apenas na promessa aos usuários e refém dos empresários.