
Neste sábado (16), o Clube Atlético Aramaçan, em Santo André, recebe novamente o cantor, compositor e violinista Djavan, com apresentação da nova turnê, Vidas Pra Contar. O show mostra o lado mais íntimo de Djavan com as canções do novo álbum e ainda resgata clássicos na voz do cantor, como Flor de Liz, Pétala e Fato Consumado.
No trabalho, o 23º disco de sua carreira, lançado no começo do ano, Djavan aborda histórias reais, mas sob o filtro da poesia, do espanto pelo detalhe, e revela a maturidade do músico ao misturar seu estilo consagrado com uma forma mais pessoal.
Conhecido por utilizar a imaginação e a inventividade, dessa a vez o disco do cantor tem uma particularidade um pouco distinta dos anteriores. “Nesse trabalho eu estou um pouco mais autobiográfico, eu falo um pouco mais de mim mesmo”, afirma Djavan, que esteve no clube em 2008.
Entre as inspirações para o disco está a eclética coleção de discos do pai de um amigo de colégio e nos programas de auditório da Rádio Nacional, que ouvia com a mãe. Na faixa Dona do Horizonte, por exemplo, Djavan narra como é a relação com a mãe, que o fez ouvir Orlando Silva, Dalva de Oliveira e Angela Maria durante a infância, e com a cidade de Maceió, Alagoas, local onde nasceu e se formou.
Além do aspecto mais pessoal, Djavan explica que também procurou destacar histórias pelas quais os fãs pudessem de identificar. Segundo o cantor, essa é uma das principais funções da música: expressar ideias, sensações, sentimentos e paixões. “Eu falo do homem de hoje, no âmbito político e social, falo de relações humanas, relações amorosas. Eu estou falando de vidas, daí veio o nome Vidas Pra Contar”, afirma.
Desafio
Com mais de 40 anos de estrada, o cantor alagoano conta que, para conseguir fazer um trabalho diferente dessa vez, teve o desafio de buscar uma novidade para Vidas Pra Contar. Tanto que, para Djavan, sem fazer uma observação bem atenta, é muito difícil conseguir perceber essas transformações e poder executá-las. “Eu tenho uma obra bem pessoal e eu continuo priorizando a diversidade, novas palavras, harmonias, melodias”, diz.
Desde a infância, Djavan costuma ouvir produções musicais dos mais variados gêneros e até hoje procura manter essa diversidade. “Na época em que me formei, conhecer as tendências e os gêneros da música era um valor. Eu ouvia música americana, brasileira, flamenca, africana, de todos os quadrantes”, lembra.
Nascido em família pobre, Djavan aprendeu a tocar violão sozinho, mas com a ajuda de um jornaleiro. Aos 18 anos já animava bailes de Maceió com o conjunto Luz, Som, Dimensão (LSD) e não demorou para perceber o talento de compositor. Quando completou 23 anos, Djavan viajou para o Rio de Janeiro para tentar a sorte no mercado musical e, a partir de então, passou a cantar trilhas sonoras de novelas, para as quais grava músicas de compositores consagrados, como Dorival Caymmi, Toquinho e Vinícius e os irmãos Paulo Sergio e Marcos Valle.
Mas foi o sucesso de Fato Consumado que alavancou a carreira do artista e garantiu o segundo lugar no Festival Abertura, realizado pela Rede Globo em 1975. Foi daí que Djavan conseguiu lançar seu primeiro disco, das mãos do produtor Aloysio de Oliveira – o mesmo de Carmen Miranda a Tom Jobim. Seria apenas o primeiro de uma longa discografia, que colocou o músico, definitivamente, entre os maiores e mais influentes artistas da música brasileira.
Serviço
Djavan – Vidas Pra Contar.
Sábado (16), às 21h.
Clube Atlético Aramaçan: rua São Pedro, 345 – Santo André.
Ingressos de R$ 90 a R$ 250 pelo site ticket360.com.br.